Filosofar é pensar sem provas.
Charles Evaldo Boller
Não é filósofo no sentido que se lhe imprimem os meios
acadêmicos. Esse filosofar tem a pretensão de transformar-se em condutas éticas
e hábitos positivos. A notável mudança é o processo interno de absorção e
aplicação de condutas e hábitos. A Maçonaria Universal, com todos os seus ritos
e derivações é, em essência, uma instituição filosófica, exatamente como verte
da Constituição da Grande Loja do Paraná. Tudo o mais que lhe é acrescentado é
coadjuvante do método: filantropia, ritualística, ensino, hierarquia,
disciplina, ágapes etc.
Pode-se colocar como lema do objetivo de obter conhecimento
maçônico, a seguinte prática: você muda a si mesmo, com isso, o outro também
muda, e o outro só muda se você se modificar. Isso não é possível à distância.
Para funcionar, para que um irmão influencie o outro em sentido lato, há a
necessidade da concorrência de camaradagem, amor fraterno, magia, misticismo,
espiritualidade, racionalidade, lógica, dúvida etc. A concorrência desses
elementos na formação do Eu que cada pessoa busca só é eficiente se o ambiente
contribuir para tal. Psicólogos, hipnólogos e outros estudiosos da mente humana
sabem da ineficiência, e até impossibilidade, em realizar sessão terapêutica
que não seja presencial. E estes profissionais tem técnicas que ajudam as
pessoas a mudarem a si mesmas, algo assemelhado do que acontece numa sessão
maçônica onde as pessoas debatem temas que possam modificar a si e aos outros
presentes.
Na cerimônia de Iniciação o iniciando é confrontado com a
seguinte situação: de um instante para o outro a venda lhe é retirada. Ele
dispensa o irmão experto e passa, a partir de então, a tomar conta da sua vida.
Essa é a doutrina maior de todos os ritos da Maçonaria, por isso ela é
iniciática! Ao iniciado é ilustrada a maneira, o ponto de entrada para ele
lutar por sua Individuação: Jung refere-se a um processo individual vinda do
inconsciente, onde a personalidade e as experiencias pessoais se misturam de
modo a alçar o iniciado aos píncaros da autorrealização, o último degrau da
escala das necessidades de Maslow. Esse processo não é possível sem a
convivência presencial.
A Maçonaria pratica uma filosofia humanista espiritualista
que tem a pretensão de mudar o homem pelo pensamento e cuja ação é resultado de
uma doutrina ou técnica que promove a saída de uma espécie de estado infantil
de identificação para um estágio de iluminação ou evolução da consciência. Não
é a lavagem cerebral comum em religiões e sistemas de crenças. Praticar a arte
do livre pensamento ou Arte Real ou privilégio do iniciado, prepara-o para
mudar a si mesmo para cultivar a sua autoconstrução e individuação visando
atingir o status da autorrealização.
Sim, a convivência é imprescindível nas sessões maçônicas
onde se pratica o debate e o estudo de temas filosóficos da Maçonaria. E sim,
"precisaria necessariamente das impressões materiais" e presenciais
para ter o efeito de promover a tão necessária evolução para uma condição
aperfeiçoada.
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