domingo, 10 de abril de 2011

Tudo Depende de Como Queremos Ver

Análise holística da dinâmica dos ritos e da Maçonaria.

Charles Evaldo Boller


Platão dizia que a perfeição do círculo existe apenas na mente, o que induz pensar que em nenhum lugar do Universo existe um círculo perfeito, apenas na imaginação humana. Criar círculos na mente deixa claro o poder da mente em desenvolver novas e inusitadas ideias, induzidas pela diversidade com que foi projetado o Universo. Neste mundo de ilusão sensorial tudo depende de como queremos ver. Inúmeros foram os círculos que os homens já desenharam e esculpiram, em sua maioria manifestação da arte fútil que agrada a sensibilidade do observador. É semelhante à diversidade de ritos da Maçonaria, a arte útil que visa o homem. A diversidade de ritos na Maçonaria é a razão de sua sobrevivência.

Debates entusiásticos a favor e contra a flexibilidade do Rito Escocês Antigo e Aceito deram conta da existência de divergências do "rito original", o que, segundo opinião de pensadores maçons, estaria destruindo a Maçonaria de dentro para fora; suas críticas são severas e contundentes contra as modificações do rito introduzidas nas diversas obediências, inclusive em lojas de uma mesma obediência. Estes analistas sérios e bem intencionados desejam voltar ao "rito original", o que, em face da diversidade vigente, constitui tarefa difícil, senão impossível; o rito de hoje é resultante da flexibilidade da Maçonaria e da vontade de homens igualmente pensadores ilustres ao longo do tempo. Rito presta-se a estabelecer costumes e, pela repetição, mudar pessoas em determinada época. Ademais, quanto o "rito original", ao qual se pretende voltar, é de fato original? "Neste mundo nada se cria, tudo se copia"; todo saber humano deve sua existência a incontáveis ciclos de tese, antítese e síntese. Não será este "rito original" cópia de ritos anteriores? Ritos mudam constantemente. Em que a mudança é prejudicial? São as estruturas físicas enrijecidas, que se opõem ao movimento, duras, que mais têm possibilidade de quebrar na presença das oscilações, vibrações, mudanças de um Universo vivo, cheio de energia. A estrutura flexível da Maçonaria tem a capacidade de sobreviver mais tempo; é como na alegoria do grande, rijo e velho carvalho e a esguia, jovem e frágil haste de trigo, quando submetidos à força do vento, um quebra a outra verga; qual deles sobrevive?

Observem-se as complicações geradas pelos imutáveis landemarques e que engessam a instituição maçônica numa realidade do passado. Existem diversas compilações, qual delas é original? Hoje algumas das leis naturais básicas extraídas dos landemarques estão defasadas em relação a presente realidade e dinâmica social. Alguns landemarques são discutíveis, ilógicos. Mas é a lei! Lei não se discute, obedece-se! Rito não é lei, é modelo; passível de modificação. E é o que os homens fazem: adaptam o rito para a sua realidade, a sua época. As leis também se adaptam no tempo, entretanto a compilação dos vinte e cinco landemarques de Mackey atrofia-se quando reza imutabilidade; até onde se sustenta imutável só a sabedoria dos homens do futuro definirá. Albert Pike, com ironia e pensamento arguto irrefutável demoliu, em seu tempo, o que hoje ainda sufoca a Maçonaria; reduziu os vinte e cinco landemarques de Mackey a apenas cinco. Ritos e leis mudam na corrente do tempo; apenas uma única lei é imutável para o homem, oriunda dos atos criativos do Grande Arquiteto do Universo: a lei do amor fraterno.

Do movimento que é característica do mundo vivo, as modificações introduzidas no Rito Escocês Antigo e Aceito foram salutares e prestam-se materializar homens aperfeiçoados para a sociedade humana em qualquer época. Muda o homem, muda a ideia, mas o símbolo é o mesmo. Percebe-se que as mudanças no rito são função do movimento, de palavras, de ideias; os símbolos são os mesmos: compasso, esquadro, nível, prumo, maço, cinzel, régua, espada, trolha etc. Basta preservar os símbolos! O que aconteceria se substituírem a espada por um fuzil AR15, a pena do secretário por um laptop, o cinzel por uma britadeira?

Mudarem palavras do ritual, a forma de circulação em loja, criar novos aventais, novos estandartes, não muda o "antigo e aceito" rito escocês! Trata-se do mesmo rito! O rito assim como seus símbolos, é apenas arquétipo, modelo; as réplicas mais antigas serviram aos homens de sua época; vive-se outra realidade; constroem-se outros círculos perfeitos na imaginação e imperfeitos na realidade; da mesma forma surgem novos procedimentos para representar os mesmos ritos, só que ligeiramente adaptados ao seu tempo. Não interessa o método usado para construir círculos perfeitos, o que realmente interessa é que estes transmitam beleza para sensibilizar homens e transformar sua maneira de ver as verdades sob outro prisma; introduzir mudanças nos ritos tem a mesma função. É só preservar os símbolos que o rito não muda!

Homens são criaturas emocionais, espirituais e racionais a um só tempo, prevalece a característica que cada um mais alimenta; separar cada elemento destes e tratá-los em separado é técnica preconizada pelo mecanicismo. Daí a necessidade de tolerância na convivência com homens racionais, detalhistas e substancialmente técnicos, que insistem em preservar o "rito original" apenas porque suas mentes, assim treinadas, insistem em colocar tudo em funcionamento como se fosse um antigo relógio de algibeira; um homem saudável seria um bom relógio, um homem decaído um péssimo relógio! É o mecanicismo de Descartes, caracterizado por dividir processos complicados em estruturas simplificadas e estanques, para então proceder à análise separada de cada componente. Em sistemas dinâmicos isto não funciona. Enquanto se estiver analisando uma das partes, as outras são negligenciadas; resultado: o todo fenece. A geometria é bela, mas para sistemas dinâmicos como a evolução humana ela é limitadora, castradora, morta. O mecanicismo influi em todas as ciências e só pouco a pouco cede lugar para análises que contemplam o todo e não apenas uma parte isolada de um processo. Voltar ao "rito original" é conservadorismo, simplificação e saudosismo; é influência mecanicista daqueles que olham o rito apenas como parte isolada de um sistema e esquece-se do homem que se conecta ao rito para crescer e melhorar-se. Diante do movimento, do avanço do tempo, o rito e o homem são um; o homem evolui e o rito com ele.

Para matar um rito é fácil: mudem-se os símbolos! Endureça-se o coração dos homens para que se neguem em efetuar mudanças em si; admitam-se nas lojas homens não dispostos a acordos, selvagens, viciados em drogas, imorais, politiqueiros, materialistas, ateus; negligenciem-se: estudo de temas da sociedade, sindicâncias para admissão de novos, desenvolvimento da espiritualidade, tratamento fraterno e amoroso; e outras mazelas. Observe-se que o fundamento da Maçonaria não está nos ritos, mas nos homens que a compõem e usam dos ritos como arquétipos, modelos para se relacionarem e se influenciarem para o bem. Rito é instrumento de trabalho, homem é matéria prima em modificação. Qual tem maior valor, a ferramenta ou a obra de arte? Toda atenção da Maçonaria é direcionada no sentido de mudar homens através de sua autoconstrução, e nisso o rito é apenas coadjuvante, arquétipo, modelo, nunca diretor. Paredes não debatem, ritos não se abraçam, são os homens que estão dentro templo os que interagem entre si e influenciam-se uns aos outros e se abraçam, para se reunirem utilizam um rito, uma simples ferramenta para se autodesenvolver. Se os homens mudam porque o rito deve permanecer inalterado?

Partindo da ideia que na Natureza tudo se modifica, nada é igual na linha do tempo, é nas pequenas diferenças entre as diversas réplicas do "rito original" que reside a força do Rito Escocês Antigo e Aceito como elemento de transformação de homens. Todos os ritos da Maçonaria têm o mesmo potencial. Cada rito oferece características diferentes que se adaptam à diversidade de homens espalhados pelo Orbe. Voltar ao "antigo e aceito" rito escocês é o mesmo que eliminar todos os ritos diferentes, transformando-os num só; ou reunir todas as obediências numa única. O que embeleza e fortalece a Maçonaria é a maravilhosa diversidade, sob qual se albergam as colunas da maioria das linhas de pensamentos filosóficos e crenças religiosas. Com isto possibilita-se o ambiente seguro para o debate das necessidades da sociedade sem que os debatedores se matem uns aos outros. A Maçonaria é o único foro seguro para solucionar todos os problemas da humanidade, algo só possível pela atuação do amor fraterno, aquilo que o Grande Arquiteto do Universo revela e escreve na Natureza.

Ninguém está matando o rito maçônico, o maçom enriquece, melhora, adapta o rito às novas realidades na linha do tempo. Boa solução é aquela que preconiza flexibilidade e diversidade. É só preservar os símbolos e deixar o pensamento fluir. Semelhante ao desenvolvimento de perfeitos, lindos e maravilhosos círculos na mente, o maçom aprende com a linguagem e traços do Grande Arquiteto do Universo que escreve a realidade na mais caótica diversidade. O homem foi projetado para admirar a diversidade. O maçom progride no "conhece-te a ti mesmo", de Sócrates, quando observa a Natureza e abandona a tendência de insistir em colocar tudo dentro de moldes estanques; condicionados às limitações impostas pela realidade, à ilusão, de seus sentidos presentes neste pequeno grão de areia onde ele se encontra recluso.

Imagine o absurdo de Kepler colocando a órbita de um planeta nas linhas definidas por um cubo, esta era a realidade dele, a do hodierno maçom é outra, mas igualmente limitada. Ao criar lindos e perfeitos círculos na mente, exercitando a capacidade de pensar, o maçom cria novos e inusitados instrumentos que alargam a visão do Universo e também se conscientiza de sua responsabilidade para consigo mesmo e a sociedade onde está simbioticamente imerso. Diante da constante mutação da Natureza e, consequentemente, do homem, os ritos vão se diversificando, cada um deles vai se modificando, acompanhando a evolução da sociedade; a Maçonaria é evolucionista, acredita na mudança do homem para melhor, razão de investir nele e perseverar em melhorar as ferramentas, os ritos.

Para evitar desgastes e perda de foco ao que realmente interessa na Maçonaria, cabe ao maçom nadar a favor da correnteza do tempo para não se cansar e desistir de promover o crescimento do homem, e principalmente dele mesmo. Se o maçom é agente de mudanças, deve ele mesmo estar suscetível às mudanças que o tempo e a sabedoria lhe impõem. Mudança começa consigo mesmo e depois se propaga em tudo aquilo que o rodeia. Citando Bertolt Brecht: "Desconfiai do mais trivial, na aparência singela. E examinai, sobretudo, o que parece habitual. Suplicamos expressamente: não aceiteis o que é de hábito como coisa natural, pois em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar".

O Rito Escocês Antigo e Aceito continuará em modificar-se sem que isto cause a queda da Maçonaria ou o desgaste do rito. O que destrói o rito é o homem que, a semelhança de Kepler, não consegue formar círculos em sua imaginação devido à imaginação embotada, limitada; que ainda não alargou seus horizontes e não aguçou seu pensamento para além dos limites impostos aos seus sensores. Ao invés de voltar ao passado é essencial projetar o futuro, livrar-se das amarras da mesmice e pensar de forma proativa para desenvolver e adaptar ritos mais eficientes da dança eterna dos ciclos de tese, antítese e síntese. Que os ritos construam homens que pensam sem preconceitos e estejam esclarecidos ao ponto de entenderem aquilo que o Grande Arquiteto do Universo escreve e desenha de forma aparentemente caótica, e onde, em meio à evidente confusão, acende a chama da vida.


Bibliografia

1. ASLAN, Nicola, Landmarques e Outros Problemas Maçônicos, Volume 1, ISBN 85-7252-044-9, terceira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 240 páginas, Londrina, 2010;

2. CORTEZ, Joaquim Roberto Pinto, Maçonaria, Conceitos Litúrgicos, Ritualísticos e Históricos, ISBN 978-85-7252-279-3, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 204 páginas, Londrina, 2010;

3. GLEISER, Marcelo, Criação Imperfeita, ISBN 978-85-01-08977-7? Primeira edição, Editora Record, 366 páginas, São Paulo, 2010;

4. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora limitada., 878 páginas, São Paulo, 2009;

5. SOUZA FILHO, Ubyrajara de, Cognição e Evolução dos Rituais Maçônicos, ISBN 978-85-7252-278-6, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 152 páginas, Londrina, 2010;

sábado, 9 de abril de 2011

Saudação Maçônica do Oriente

Especulação sobre qual o objeto de saudação no oriente da loja: o delta? O iod? A presença de jeová? A espada flamígera? O venerável mestre? A carta constitutiva?

Charles Evaldo Boller


Nossa sociedade ocidental hodierna tem suas raízes plantadas no humanismo renascentista, de onde também vieram as influências culturais da Maçonaria. O que vivemos em nosso dia-a-dia é o resultado de longo caminho de desenvolvimento cultural. Passou pelo pensamento grego, pelo direito romano e assimilou a filosofia cristã. Ao compreender o mundo no qual se vive entende-se a sociedade em que se está imerso. Deste entendimento depende como cada cidadão se porta e vive em sociedade e a expressão desta é revelada pelos mitos, religiões e filosofias que desenvolve.

Toda a cultura humana está alicerçada no pensamento filosófico e isto era o que os fundadores da Maçonaria do século XVI tinham interesse. Desde então ocorreram enxertos e modificações, algumas linhas de pensamento trouxeram desde longínqua idade do homem influências às quais nada se pode debitar no aspecto evolucionista da Maçonaria. Em essência, a Maçonaria apenas usa das antigas crenças, ciências e religiões o indispensável para auxiliar na formação da cultura maçônica, porque é isto que os adeptos possuem em suas bases culturais ao serem iniciados.

Exemplo de ciência morta é a Astrologia; há muito que os vaticínios desta antiga ciência foram superados pela astronomia e tecnologias. As colunas zodiacais existem em nossos templos como referência para orientação simbólica no Universo; é sabido da física elementar que sem referencial não existe apoio sensorial ao deslocamento pelo Universo, e a loja é uma simulação do Universo tridimensional.

Na religião a influência dos deuses e deusas do antigo Egito na Maçonaria serve de referência e não como deuses a serem venerados, daí excluir qualquer tipo de adoração, inclusive a Jeová, o Deus exclusivo dos judeus e cujo nome a maioria das religiões cristãs não usam. Na Maçonaria criou-se o conceito de Grande Arquiteto do Universo, que não representa o Deus de nenhuma religião. Esta foi uma das grandes invenções dos criadores da Maçonaria, pois possibilita cada crente adaptar o conceito às suas próprias necessidades de adoração e representações antropomórficas ou espiritualistas. No Rito Escocês Antigo e Aceito, em todos os graus, as representações divinas são influenciadas pelas linhas filosóficas do judaísmo e do cristianismo em seu culto a Jeová, expressas pelo iod inserido no delta do oriente da loja simbólica e outros símbolos da filosofia maçônica do Rito.

Se numa loja maçônica não existe culto de adoração a deuses, então o que realmente é saudado pelo maçom no oriente? Certamente não é o iod, a primeira letra do nome de Jeová em aramaico! Nem qualquer outro objeto ou criatura do oriente. Maçonaria não é religião! Por simples exclusão é possível determinar que a saudação seja exclusiva para a representação simbólica da coluna da sabedoria, cujo guardião é o venerável mestre. E se esta é saudada cerimonialmente, o que existe por detrás desta demonstração de respeito marcial. Ali acontece o homem e sua filosofia; o amigo da sabedoria que todo maçom é por definição desde a sua iniciação.

Existem diversas maneiras de interpretar filosofia: atitude de vida individual; conhecimento impossível de provar; conhecimento abstrato e teorias lógicas; modo de ver o Universo e a realidade; representação teórica da ilusão que os sensores induzem ao ser. Em essência, filosofia é apenas conhecimento, certo tipo de conhecimento. É a ciência preocupada com o todo, que vai fundo na revelação especulativa da realidade. Não se trata de matemática, astrologia, astronomia ou medicina; cada ciência destas foi influenciada pelo filosofar, pela busca em profundidade do sentido de totalidade que os gregos denominaram sabedoria, em grego "sophía". O homem que se dedicava a ação do pensamento para discernir o Universo que o cercava era denominado sábio, em grego verbalizado "sophós", ou simplesmente amigo, em grego "phílos"; amigo da sabedoria. A existência dos amigos da sabedoria cunhou o verbete "filosofia". Depois dos gregos, a filosofia passou pela Idade Média e chegou a nossos dias com outra aparência, porque ela mesma passou a ser criticada pelos filósofos. De ciência de todas as coisas, da totalidade, e de suas causas primeiras ela acaba fragmentada em: filosofia experimental ou empírica, reflexão crítica das ciências ou epistemologia, positivismo, filosofia analítica, dialética, e assim por diante. Isto não diz alguma coisa a respeito da diversidade de ritos que a Maçonaria alberga?

Na Maçonaria não interessam os detalhes da divisão da filosofia. A assimilação cultural filosófica maçônica, mesmo dentro da mistura de pensamento grego, direito romano e filosofia cristã possibilita obter rico e explicito conhecimento a respeito da sociedade ocidental e o que esta pensa de si. O filosofar maçônico não visa erudição, antes, provoca seus adeptos a pensarem em temas da sociedade nos quais já estão experimentados e familiarizados, mas impedidos de pensar nestes devido às atividades do dia-a-dia. O sistema humano é cruel quando aprisiona a grande massa em condições de autômatos vivos, sem possibilitar tempo à contemplação e recolhimento. É disso que o maçom foge em suas reuniões. Nestas ocasiões é desperto para assuntos que já são de seu conhecimento, mas jazem sepultos debaixo da busca do sustento e em virtude das vicissitudes que a vida apresenta.

Para tal objetivo são utilizadas filosofias usadas pelas religiões, mas apenas como coadjuvantes ao grande objetivo de conduzir cada maçom ao autoconhecimento visando o bem da sociedade. Não significa proselitismo religioso quando são introduzidos conceitos cristãos - poderia ser budista, hinduísta, vedanta, egípcio, islâmico ou outro. Quando aparentemente defende princípios da Democracia cristã não significa propaganda ideológica - poderia ser Democracia: direta, indireta, representativa presidencialista, semipresidencialista, parlamentarista; ou sistemas oligárquicos como: meritocracia, gerontocracia, plutocracia, tecnocracia etc. Qualquer sistema ideológico político e religioso que respeita liberdade, igualdade e fraternidade é caminho para facilitar a transmissão de conhecimento filosófico alicerçado no que cada maçom já tem em si. O que já é bom torna-se melhor. Nada de perfeição, esta pertence ao Grande Arquiteto do Universo, o maçom busca em suas lojas apenas uma condição aperfeiçoada.

Partindo do princípio que para entrar na Maçonaria o homem já deve ser dotado de luz espiritual, quando se exige dele a crença em Deus para ser iniciado, ocasião em que vem desejoso de ver a luz simbólica do conhecimento, da sabedoria, tornar-se amigo da sabedoria, viver a especulação maçônica, filosofar. Logo depois, na ritualística de suas sessões de trabalho, o que ele saúda no oriente é o fato de ver ali, simbolicamente, a luz do conhecimento que pediu e para o que trabalhará arduamente para dela nutrir-se. Esta é representada simbolicamente pela diminuta coluneta jônica que nunca é deitada e está sempre à disposição. A luz está ali a sua disposição, basta pensar na totalidade dos problemas do agrupamento de seres que vivem em estado gregário ao seu redor e levantar ideias para melhorá-la, que o representado pela coluna do venerável mestre não será apenas visto, mas internalizado. Em um dos graus do Rito Escocês Antigo e Aceito aprende-se que a sabedoria não emana do venerável mestre, orador ou vigilantes, a sabedoria está potencialmente dentro de cada coluna que cada obreiro é quando filosofa e melhora a si mesmo.

Sessão maçônica não é mera leitura de atas, expediente e planejamento de festas; a essência do trabalho é o filosofar maçônico. Significa: autoeducação; humanização; fomento e manutenção de amizades fraternas; pratica da beneficência; patriotismo; servir a humanidade; desenvolvimento de empatia; superação de vícios; controle de paixões desenfreadas e degradantes; evitar a maledicência; tudo alicerçado no desenvolvimento do filosofar maçônico; a conquista da luz simbólica do conhecimento maçônico. A busca desta luz é tarefa individual intransferível! Ninguém a dá e constituem os louros da vitória de uma longa jornada, ao final da qual, o maçom dá honra e glorifica a maravilhosa obra criativa do Grande Arquiteto do Universo.


Bibliografia

1. ANATALINO, João, Conhecendo a Arte Real, A Maçonaria e Suas Influências Históricas e Filosóficas, ISBN 978-85-370-0158-5, primeira edição, Madras Editora limitada., 320 páginas, São Paulo, 2007;

2. BACHL, Hans, Nos Bastidores da Maçonaria, Memórias de um Ex-secretário, Coletânea de Artigos e Traduções, segunda edição, Editora Aurora Limitada, 136 páginas, Rio de Janeiro;

3. D'OLIVET, Antoine Frabre, A Verdadeira Maçonaria e a Cultura Celeste, tradução: Caroline Kazue R. Furukawa, ISBN 85-7374-873-7, primeira edição, Madras Editora limitada., 150 páginas, São Paulo, 2004;

4. GUIMARÃES, João Francisco, Maçonaria, A Filosofia do Conhecimento, ISBN 85-7374-565-7, primeira edição, Madras Editora limitada., 308 páginas, São Paulo, 2003;

5. ISRAEL, Jonathan I., Iluminismo Radical a Filosofia e a Construção da Modernidade 1650-1750, Radical Enlighttenment, Philosofy, Making of Modernity, 1650-1750, tradução: Cláudio Blanc, ISBN 978-85-370-0432-6, primeira edição, Madras Editora limitada., 878 páginas, São Paulo, 2009;

6. LARA, Tiago Adão, Caminhos da Razão no Ocidente, A Filosofia Ocidental do Renascimento Aos Nossos Dias, segunda edição, Editora Vozes limitada., 176 páginas, Petrópolis, 1986;

7. LOCKE, John, Ensaio Acerca do Entendimento Humano, tradução: Anoar Aiex, ISBN 85-13-01239-4, primeira edição, Editora Nova Cultural limitada., 320 páginas, São Paulo, 2005;

8. OLIVEIRA FILHO, Denizart Silveira de, Comentários Aos Graus Inefáveis do Ritual Escocês Antigo e Aceito, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-035-X, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 192 páginas, Londrina, 1997;

9. PANSANI, João, Cuidado, Maçom! Primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 116 páginas, Londrina, 1992;

10. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;

11. RODRIGUES, Raimundo, A Filosofia da Maçonaria Simbólica, Coleção Biblioteca do Maçom, Volume 04, ISBN 978-85-7252-233-5, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 172 páginas, Londrina, 2007;

12. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret Editores Limitada, 140 páginas, São Paulo, 2007;

13. RUSSELL, Bertrand Arthur William, A Filosofia Entre a Religião e a Ciência, 16 páginas;

14. SILVA, Roberto Aguilar M. S., A Genealogia do Poder, primeira edição, 4 páginas, Corumbá, 2011;

15. SOUZA FILHO, Ubyrajara de, Cognição e Evolução dos Rituais Maçônicos, ISBN 978-85-7252-278-6, primeira edição, Editora Maçônica a Trolha limitada., 152 páginas, Londrina, 2010;

quarta-feira, 6 de abril de 2011

As Discussões Quentes

Considerações ao irmão que não concorda com o pensamento do outro.

Charles Evaldo Boller


Em qualquer discussão, aquele que concorda com seu interlocutor está apoiando a caminhada, transmitindo energia para a persistência na mesma linha de pensamento. E isto é muito bom! Discordar também é bom e salutar. Ruim é quando o pensamento de alguém é ignorado. É suficiente para deixar qualquer um triste, chateado mesmo! Isto porque, em tal circunstância, conta-se com uma grande perda, algo além do ódio, algo que nem mesmo considera o próximo igual, quanto mais companheiro, irmão. Poderá existir mal maior?

É deveras apreciado quando aportam aqueles que não concordam. A sua interpelação não é considerada ofensa, ao contrário, vê-se nisso uma demonstração de coragem, de profundo amor pelo interlocutor, algo que só o irmão faz.

Compartilho com Elie Wiesel, escritor de nacionalidade Norte-americana e romena: "O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença". Partindo deste pensamento pode-se formular salutar postura diante da crítica construtiva.

Como é importante aquele que discorda que se opõem com ideias e pensamentos que fazem ambos crescerem! Poderá existir bem maior? Existirá demonstração de amor, de carinho maior que este? Que venha! Que desça o malho na cabeça do cinzel e mande para longe as asperezas. Todos crescerão! Críticos e criticados.

O ovo, mesmo não sendo um símbolo da Maçonaria, é reconhecido por ela como o símbolo da vida, a junção entre o masculino e o feminino, o início, o começo de uma nova vida, a fertilidade. O ovo cósmico é considerado o início de todas as coisas e dele deriva o ovo filosófico. O Grande Arquiteto do Universo é um grande escultor, porque lindas são as figuras irregulares que ele cria usando choques irregulares, constantes, às vezes fortes, outras vezes suaves. Uma atividade inconstante no tempo, a semelhança da atuação do malho e do cinzel. Sucessivos choques entre pedras brutas do fundo do rio arrancam pequenas lascas, culminando com o arredondamento das pedras originais, e as transformam em algo belo, irregular, quase sempre semelhante a um ovo. Porque será? É um artista caprichoso! A matemática do Grande Geômetra é complicada! Ele deve ter uma formulação estatística e matemática para orientar estas pancadas que resultam nestas belas obras de arte e que são encontradas em profusão por ai. O que para Ele é matemática, para as suas limitadas criaturas é o caos.

Sabe-se que onde o limitado intelecto humano atua, a linha irregular, devido sua complexa interpretação, muitas vezes é desconsiderada, mormente se a emoção toma conta, aí então, fica difícil pensar.

Partindo da observação da natureza poder-se-ia inferir que discussões acaloradas, onde aportam ideias conflitantes, tem a faculdade de polir as pessoas de uma forma até mais caprichosa que numa outra, onde cada um concorda com a linha de pensamento do outro, e estes debates mais quentes têm a faculdade de abrir caminhos que facilitam a interpretação de temas complicados.

O caos, na Maçonaria, tem relação com a intelectualidade. Poderíamos afirmar que de uma discussão caótica e acalorada, aonde interlocutores se chocam aleatoriamente e reiteradas vezes, podem aportar resultados fascinantes, totalmente novos, poderá vir a dar à luz um "ovo". E deste "ovo", deste novo conceito, a origem de nova verdade, propiciar novo horizonte, induzir à compreensão de antiga verdade com novo formato, mudar a posição do observador para novo e inusitado ângulo.

Numa etapa seguinte, com a visão modificada, o uso do cinzel poderia mudar-lhe a forma para equilibrar a interpretação do calor da discussão emotiva com a frieza do intelecto.

É comum o uso de uma técnica conhecida como "brainstorm", em português "tormenta cerebral", ou ainda, em português bem claro, "torró de parpite". É um recurso para detectar soluções e solucionar problemas muito complicados. Consiste em reunir um grupo de pessoas, tecnicamente aptas e envolvidas na mesma linha de atuação, expor o problema, enunciar soluções já aventadas, para em seguida solicitar que cada um do grupo exponha o que lhe vem à cabeça, por mais ridículo que esta ideia lhe pareça. Estas colaborações são então tabuladas, comparadas, analisadas e sintetizadas pelo mesmo grupo. Repete-se o processo tantas vezes quantas se julgarem necessárias, ou até aportar uma solução satisfatória para o que lhe deu causa. Esta é uma técnica baseada no caos. E funciona!

A discussão acalorada é assim, baseada em choques aleatórios de palpites, de considerações. O que de início parece tolice, agressão ao intelecto, é na verdade a manifestação da intelectualidade. E dela afloram pensamentos inusitados. Esta a razão de valorizar, e enaltecer muito àquele que tem a franqueza, a honestidade, a coragem de levantar e dizer: Eu tenho outro ponto de vista!


Bibliografia

1. KNELLER, Jane, Kant e o Poder da Imaginação, ISBN 978-85-370-0633-7, primeira edição, Madras Editora limitada., 200 páginas, São Paulo, 2007;

2. ROHDEN, Humberto, Educação do Homem Integral, primeira edição, Martin Claret Editores Limitada, 140 páginas, São Paulo, 2007;

3. SCHWARTZ, David J., A Mágica de Pensar Grande, A Força Mágica do Pensamento Construtivo, título original: The Magic of Thinking Big, tradução: Miécio Araújo Jorge Honkis, ISBN 85-01-00199-6, 12ª edição, Editora Record, 284 páginas, Rio de Janeiro, 1994;

4. SEMLER, Ricardo, Virando a Própria Mesa, Uma História de Sucesso Empresarial Made in Brasil, ISBN 85-325-1348-4, primeira edição, Editora Rocco limitada., 232 páginas, Rio de Janeiro, 2002;

5. WEIL, Pierre; TOMPAKOW, Roland, O Corpo Fala, A Linguagem Silenciosa da Comunicação Não-verbal, ISBN 85-326-0208-8, 33ª edição, Editora Vozes limitada., 288 páginas, Petrópolis, 1994;

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Afiando Espadas

Afiando a língua em exercícios de oratória e significado da caminhada ritualística das bolsas em loja.

Charles Evaldo Boller


Pela semelhança de formato, afiada em dois lados, a espada é fisicamente semelhante à língua. Os dois gumes da espada formam dois triângulos unidos pela base, assim como o corte transversal da língua. Expande-se o raciocínio para o pensamento afiado em dois lados, para o bem e para o mal. Assim como o afiar da espada, o que é da língua sem o aguçar da racionalidade que a dirige? Uma espada mal utilizada, mal dirigida pelo cérebro e pelos músculos, ao invés de defender dos inimigos, permite que seu portador venha a ser morto no campo de batalha ou da honra. Os exercícios de esgrima do maçom permanecem na mente, na articulação de novos e inusitados pensamentos e que se expressam formalmente pela ação da língua, uma espada de dois gumes afiada na oratória. Na Maçonaria isto se obtém com debates de temas diversificados e interessantes. Afiam-se a língua, o pensamento, à semelhança de uma espada de dois gumes, para derrubar os pensamentos de déspotas e fanáticos.

Porque afiar o pensamento em dois sentidos? A dualidade é exercitada mais pela filosofia oriental, que vê em cada boa ação a semente para o mal e em cada ação má a semente para o bem. Algo difícil de entender na racionalidade ocidental. Na Maçonaria vemos claramente a manifestação do número dois, da dúvida, do balançar entre duas verdades. Afiar o pensamento para o mal tem por objetivo aprender a discernir o mal e não a praticá-lo. É treinar como afastar-se do mal. A esgrima entre o bem e o mal é obtida pela constante prática, em loja, do exercício de animados debates. A Arte Real é servida na Maçonaria como VITRIOL já na câmara de reflexões - mesmo que a presença da câmara de reflexões não seja utilizada em todos os ritos e obediências -, ocasião em que o maçom é provocado, a partir de então, a permanentemente aparar as rugosidades da pedra bruta. É a visita ao interior de si mesmo, o interior da pedra filosofal de Zoroastro. É o constante exercício do pensamento, reduto e único lugar no Universo aonde cada ser vivo é absolutamente livre. O próprio Grande Arquiteto do Universo nos proveu com uma capacidade que nem ele controla, nem deseja controlar. Se Ele controlasse o pensamento da criatura, Ele estaria corrompendo a perfeição de sua criação. É disto que se deduz ser no pensamento o local onde a criatura é absolutamente livre. Nem mesmo o Criador nela influi. Qualquer modificação só ocorre com o exercício da vontade da criatura. "Conhece-te a ti mesmo", dizia Sócrates - este conhecer é o "Visita Interiorem Terrae Rectificandoque Invenies Occultum Lapidem". Esta é a razão sublime de afiar o pensamento no ambiente onde apenas a própria criatura tem poder de modificar a si mesma em resultado da ação do livre-arbítrio, ação que ocorre dentro da pedra, dentro de si mesmo, por vontade própria.

A estrela de seis pontas definida pela circulação ritualística das bolsas implica em destacar a capacidade de iluminar, fonte de luz. Só ilumina aquele que emite luz. Os dois triângulos entrelaçados e formando uma estrela de seis pontas, que representa a caminhada do maçom naquela dança ritualística, aponta para o desenvolvimento da capacidade de raciocinar, afiar o pensamento para emitir a luz do conhecimento e derramar seu efeito salutar sobre si mesmo, as outras criaturas e meio-ambiente. Estrela é indicador de capacidade espiritual associada à capacidade racional. O homem só é equilibrado quando destina forças equitativas as suas capacidades racional, emocional e espiritual. É a estrela de Salomão, de seis pontas, que representa a sabedoria, por isso o trono de Salomão ser simbolicamente a fonte de onde irradia sabedoria, conhecimento, luz. Os dois triângulos invertidos, da circulação das bolsas, podem ser interpretados como se matéria e energia se misturassem na caminhada ritualística. E se luz é conhecimento, sabedoria, estas capacidades no homem são desenvolvidas em debates, na comunicação verbal. Observe-se a dualidade que os dois triângulos transmitem: o triângulo de ponta para cima representa o bem, o positivo; o outro, o seu inverso, com ponta para baixo, representa o mal. Representam também outras dualidades. Por ora, os triângulos assim dispostos, representam simbolicamente uma estrela, e esta, por sua vez, representa luz; a luz que cada maçom foi pedir na entrada do templo.

O maçom se autoconstrói durante os debates em loja. Sozinho é difícil. Apenas monges que praticam meditação obtém luz sem convivência e comunicação. Quantos maçons, envolvidos na busca diária do pão de cada dia, têm tempo, ou hábito de concentrarem-se em recolhimento ou se submeterem a costumeiro exame interior? Presas do sistema em que vivem quais autômatos, perambulam pelo mundo sem se darem conta que existem. Planeja-se o futuro longe do presente, a única realidade que realmente interessa. Estão ocupados em suas lides nas fábricas e escritórios e comportam-se quais robôs manipuladores e sujeitos a poucos momentos de felicidade, enquanto a sua essência se mantém na mediocridade. Em loja, onde são criadas as condições ideais, o maçom se constrói pela constante provocação que a convivência lhe propicia. Nestas oportunidades, quando um irmão provoca os outros com novos pensamentos, todos afiam suas espadas pela ação da comunicação. Despertam potenciais nunca antes percebidos pelo indivíduo. Isto não tem nada de mágico ou varinha de condão! É resultado de formação e condicionamento de milhões de anos de evolução natural.

Tirando o mágico de lado, a luz é um dos mais profundos segredos do esoterismo, só obtido quando se aprende a emitir luz, quando a pessoa se transforma numa estrela de luz em função de sua sabedoria. O maçom é um construtor social que emite luz quando deixa fluir a intensidade da força de seu intelecto conduzindo a espada com maestria. Luz é conhecimento, o mesmo que espírito, ordenação do caos. O que parece caos ao não iniciado é apenas o resultado da incapacidade de visualizar a Luz do Criador do Universo em sua plenitude. Alguns percebem esta irradiação e alcançam o significado da luz que vem do Criador dos Mundos. Mas sem conhecimento enxerga-se apenas desorganização e confusão. Sem mistificação, o homem sábio que examina sua natureza em profundidade, que afia constantemente a sua espada, sabe que possui a mesma natureza da Luz. Sabe que lá no mais recôndito de seu ser ele nada mais é que energia, uns amontoados ordenados de campos magnéticos, elétricos e gravitacionais, materializados pela velocidade com que tais fenômenos acontecem. A ilusão que confunde a percepção com a solidez da matéria demonstra que cada um é, em essência, da mesma natureza da luz. A matéria é energia, fenômeno oscilatório. Com esta visão, consciente de sua não existência, o maçom que possui uma espada bem afiada aproveita da energia ao seu redor quando vive o presente e se dá conta do aqui e agora. Entende que o receber da Luz não inicia e termina na iniciação. Ao afiar a sua espada o maçom nada mais faz além do dever de adquirir o conhecimento transfigurador; a mudança radical do caráter, transformação espiritual que exalta e glorifica o Grande Arquiteto do Universo.


Bibliografia

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