A busca da felicidade e o sistema de regras na base moral.
Charles Evaldo Boller
O maçom busca a verdade em suas relações no alicerce moral.
Esta base moral sustenta o sistema de regras que lhe trazem imediata
felicidade. E em decorrência desta felicidade obtém sucesso nas áreas:
profissional, familiar, social e política.
A busca da verdade não é tarefa fácil, algo como assistir a
uma série de palestras ou debates. Não existe felicidade sem o aporte de
conhecimento. A busca de conhecimento é tarefa árdua que deve ser encetada no
dia-a-dia. Sem o saber não há existência, apenas vida vegetativa. A felicidade
não é alcançável sem harmonia, sem um ambiente fraterno de convivência. A
harmonia é algo que vem de dentro, da própria consciência, do meio em que se
vive, do amigo de quem se gosta.
Partindo da base em que a felicidade é egoísta, o maçom obtém
a vitória quando decide ajudar aos seus irmãos a encontrarem a própria
felicidade. E esta felicidade deve ser exatamente como aquele irmão entende a
própria felicidade que procura, sem impor o próprio conceito de felicidade ao
outro. Se a felicidade está dentro de si mesmo, então cada um tem uma maneira
diferente de busca e manutenção de estado de felicidade. E como esta não é o
ter ou conquistar e sim no doar-se, sem sombra de dúvidas a felicidade resulta
do estender a mão, do compartilhamento. Uma vez que se doe algo ao irmão que
resulte em felicidade isto reage como doce perfume que o doador passa ao outro,
e sem dúvida, um pouco do cheiro fica no doador.
Este é o ambiente propício ao desenvolvimento do ambiente
fraterno base para a moral e consequente encontro de verdades que antes estavam
ocultas. Nasce a Ética. O maçom aprende da convivência a Ética onde as
necessidades morais são definidas como a afirmação e reinvindicação de
direitos: de reconhecimento, de ser amado e de tornar-se participativo.
Assim o maçom afirma valores que culminam na formação de
comportamento ético em virtude da permanente busca de valores morais. O maçom
vigia sobre suas ações de modo que vença a vaidade e mantenha-se com o orgulho
dominado nos limites em que apenas expresse a justa medida da confiança que tem
em si mesmo.
Aprende que vaidade e orgulho andam juntos e constituem a
soberba, a falta de manter-se em níveis de humildade que não o tornem
subserviente ou até covarde.
Os valores são exercitados dentro dos limites estabelecidos
pela razão. Um pouco de orgulho faz bem a autoimagem, ao sentimento de
pertencer a uma nação. Adicionalmente, se bem dimensionado, o orgulho é uma das
mais potentes formas de realização criativa. Mas se o orgulho for aplicado nas
relações interpessoais, principalmente em relação aos mais humildes, torna-se
manifestação do mais horrendo erro ético.
Faz muito bem a aplicação de vaidade na maneira de
apresentar-se bem apessoado, em resultado de ações bem feitas que melhorem a
própria imagem ou do grupo onde se está inserido. Já a soberba é totalmente
descartada porque se constitui da falta total de humildade. Tudo dentro dos
devidos limites. Nada exacerbado.
O maçom aprende do bem e do mal, assim lhe fica
possibilitada a passagem pelo uso de costumes que, mantidos devidamente
equilibrados, somam valores ao homem e melhoram seus relacionamentos no meio em
que vive.
Perde terreno aquele que não obtém esta visualização do uso
de vaidade, orgulho e humildade que, em demasia, não são interessantes para se
viver bem. O fato de não se analisar as fronteiras sem se confundir pode levar
a pessoa ao fanatismo, um dos aspectos das relações humanas que a Maçonaria
combate. Isto porque o fanatismo restringe a análise dos limites e faz com que
se estabeleçam moldes dentro dos quais os déspotas mais truculentos forçam as
pessoas a se adaptarem.
As necessidades são satisfeitas e limitadas às demandas das
necessidades sociais quando visam à ordem social, como: saúde, educação,
moradia e segurança. Assim, o maçom trabalha na prática da caridade e na
exaltação das virtudes para fomento do caráter moral das necessidades sociais.
Acrescenta às necessidades sociais aquelas de expressão imaterial e espiritual
como: expressão pessoal, de mudança e de inovação. Solidifica-se na fidelidade
ao dever para consigo mesmo, família, irmãos, amigos, Pátria e humanidade.
Torna-se homem melhor, pois entende os caminhos para atendimento das
necessidades sociais sem pervertê-las, desnaturando-as. Em virtude da ética
maçônica, usa da satisfação das necessidades sociais sem que se tornem
instrumento de dependência e exploração.
Sem valores morais os bens materiais perdem totalmente seu
valor. O alicerce do valor material reside na força moral, nos valores morais.
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