sexta-feira, 29 de setembro de 2023

A Busca de Valores

A busca da felicidade e o sistema de regras na base moral.

Charles Evaldo Boller


O maçom busca a verdade em suas relações no alicerce moral. Esta base moral sustenta o sistema de regras que lhe trazem imediata felicidade. E em decorrência desta felicidade obtém sucesso nas áreas: profissional, familiar, social e política.

A busca da verdade não é tarefa fácil, algo como assistir a uma série de palestras ou debates. Não existe felicidade sem o aporte de conhecimento. A busca de conhecimento é tarefa árdua que deve ser encetada no dia-a-dia. Sem o saber não há existência, apenas vida vegetativa. A felicidade não é alcançável sem harmonia, sem um ambiente fraterno de convivência. A harmonia é algo que vem de dentro, da própria consciência, do meio em que se vive, do amigo de quem se gosta.

Partindo da base em que a felicidade é egoísta, o maçom obtém a vitória quando decide ajudar aos seus irmãos a encontrarem a própria felicidade. E esta felicidade deve ser exatamente como aquele irmão entende a própria felicidade que procura, sem impor o próprio conceito de felicidade ao outro. Se a felicidade está dentro de si mesmo, então cada um tem uma maneira diferente de busca e manutenção de estado de felicidade. E como esta não é o ter ou conquistar e sim no doar-se, sem sombra de dúvidas a felicidade resulta do estender a mão, do compartilhamento. Uma vez que se doe algo ao irmão que resulte em felicidade isto reage como doce perfume que o doador passa ao outro, e sem dúvida, um pouco do cheiro fica no doador.

Este é o ambiente propício ao desenvolvimento do ambiente fraterno base para a moral e consequente encontro de verdades que antes estavam ocultas. Nasce a Ética. O maçom aprende da convivência a Ética onde as necessidades morais são definidas como a afirmação e reinvindicação de direitos: de reconhecimento, de ser amado e de tornar-se participativo.

Assim o maçom afirma valores que culminam na formação de comportamento ético em virtude da permanente busca de valores morais. O maçom vigia sobre suas ações de modo que vença a vaidade e mantenha-se com o orgulho dominado nos limites em que apenas expresse a justa medida da confiança que tem em si mesmo.

Aprende que vaidade e orgulho andam juntos e constituem a soberba, a falta de manter-se em níveis de humildade que não o tornem subserviente ou até covarde.

Os valores são exercitados dentro dos limites estabelecidos pela razão. Um pouco de orgulho faz bem a autoimagem, ao sentimento de pertencer a uma nação. Adicionalmente, se bem dimensionado, o orgulho é uma das mais potentes formas de realização criativa. Mas se o orgulho for aplicado nas relações interpessoais, principalmente em relação aos mais humildes, torna-se manifestação do mais horrendo erro ético.

Faz muito bem a aplicação de vaidade na maneira de apresentar-se bem apessoado, em resultado de ações bem feitas que melhorem a própria imagem ou do grupo onde se está inserido. Já a soberba é totalmente descartada porque se constitui da falta total de humildade. Tudo dentro dos devidos limites. Nada exacerbado.

O maçom aprende do bem e do mal, assim lhe fica possibilitada a passagem pelo uso de costumes que, mantidos devidamente equilibrados, somam valores ao homem e melhoram seus relacionamentos no meio em que vive.

Perde terreno aquele que não obtém esta visualização do uso de vaidade, orgulho e humildade que, em demasia, não são interessantes para se viver bem. O fato de não se analisar as fronteiras sem se confundir pode levar a pessoa ao fanatismo, um dos aspectos das relações humanas que a Maçonaria combate. Isto porque o fanatismo restringe a análise dos limites e faz com que se estabeleçam moldes dentro dos quais os déspotas mais truculentos forçam as pessoas a se adaptarem.

As necessidades são satisfeitas e limitadas às demandas das necessidades sociais quando visam à ordem social, como: saúde, educação, moradia e segurança. Assim, o maçom trabalha na prática da caridade e na exaltação das virtudes para fomento do caráter moral das necessidades sociais. Acrescenta às necessidades sociais aquelas de expressão imaterial e espiritual como: expressão pessoal, de mudança e de inovação. Solidifica-se na fidelidade ao dever para consigo mesmo, família, irmãos, amigos, Pátria e humanidade. Torna-se homem melhor, pois entende os caminhos para atendimento das necessidades sociais sem pervertê-las, desnaturando-as. Em virtude da ética maçônica, usa da satisfação das necessidades sociais sem que se tornem instrumento de dependência e exploração.

Sem valores morais os bens materiais perdem totalmente seu valor. O alicerce do valor material reside na força moral, nos valores morais.

Este é um dos caminhos da busca de valores para tornar-se homem saudável e equilibrado e que vive de acordo com o projeto elaborado pelo Grande Arquiteto do Universo.

Nenhum comentário: