Posse da igualdade.
Charles Evaldo Boller
Estar em nível e estar a prumo no simbolismo maçônica são
condições do que está no lugar certo. Situação aprovada. Obreiro com obrigações
da loja em dia: tesouraria, tronco de solidariedade, trabalho...
Nível
Nível e prumo são símbolos que representam o trabalho do
maçom, como construtor do Universo moral e material. Ambos relacionados com
questões esotéricas e filosóficas, trabalhadas pela Maçonaria.
Nível é ferramenta com a qual o profissional de construção
verifica se uma superfície está nivelada, já que para a edificação de um
alicerce seguro é fundamental uma superfície no nível.
Todos são iguais na Maçonaria.
Prumo é instrumento que permite aferir a verticalidade da
parede sendo erigida: condição fundamental para assegurar estabilidade.
Prumo
Nível e prumo são ferramentas que simbolizam a igualdade que
existe entre os irmãos e a sua retidão de caráter.
O prumo simboliza a retidão do caráter do irmão baseado na
visão do profeta Amós: "Mostrou-me também isto: eis que o Senhor estava
sobre um muro levantado a prumo; e tinha um prumo na mão. O Senhor me disse:
Que vês tu, Amós? Respondi: Um prumo. Então, me disse o Senhor: Eis que eu
porei o prumo no meio do meu povo de Israel; e jamais passarei por ele."
Amós 7:7-8, Bíblia Judaico-cristã, versão João Ferreira de Almeida, revista e
atualizada.
Jeová colocou uma regra de conduta ao povo de Israel, a qual
deve ser seguida estritamente para que o povo escolhido se desenvolva reto como
um muro feito a prumo. Regra colocada ao maçom: seu caráter dever ser reto como
um muro erguido a prumo.
Templo de Jerusalém
É comum comparar-se o Universo material com a construção de
um edifício, e este, simbolizado pelo Templo maçônico, inspirado do Templo de
Jerusalém, é simulacro do Cosmo. O mapa celeste, conforme visto pelos antigos
hierofantes caldeus e persas, é reproduzido no teto do templo maçônico no Rito
Escocês Antigo e Aceito onde a prática maçônica no interior do templo é
exercício na construção cósmica.
Nível e prumo são importantes ferramentas do labor
construtivo que o maçom coloca em sua obra de autoconstrução. Com o nível se
comprova a horizontalidade que ele adquire em seu trabalho de construção do seu
edifício interno. O prumo mostra que o edifício está perfeito em sua
verticalidade em busca de aperfeiçoamento espiritual.
Relacionam-se nível e prumo com os dois os sentidos que a
Maçonaria dá ao edifício do caráter humano: horizontal, energia Yin, vertical,
energia Yang.
O maçom cresce nos sentidos dos dois raios que formatam o
Universo em sua expansão: extensão e profundidade, latitude e longitude,
simplicidade e complexidade, tempo e espaço etc. O prumo, eixo vertical indica
o sentido da ascensão em direção à sua elevação espiritual. O nível, eixo
horizontal, indica o sentido da extensão em direção aos quadrantes da Terra nos
assuntos relacionados a sua materialidade.
Na tradição maçônica o templo reflete o Cosmo construído a
prumo com o eixo do mundo, cujo centro é a Estrela Polar. Dela desce um eixo
imaginário em torno qual o Universo gira. Como eixo do mundo é o instrumento
pelo qual o Grande Arquiteto do Universo esquadreja e erige o Universo de
horizonte a horizonte e de cima até em baixo.
Na estrutura fisiológica do ser humano utiliza-se a
simbologia do nível e do prumo para representar o homem em sua posição
horizontal, em equilíbrio com a natureza e na sua posição vertical em sua
ascensão espiritual.
Bibliografia
1. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras
da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique
Maçonnique, tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5,
primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Limitada, 400 páginas, São Paulo,
1979;
2. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico,
M-N-O-P, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-152-6, terceira edição,
Editora Maçônica a Trolha Limitada, 151 páginas, Londrina, 2002;
3. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico,
M-N-O-P, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-152-6, terceira edição,
Editora Maçônica a Trolha Limitada, 151 páginas, Londrina, 2002;
4. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria,
Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora
Pensamento Cultrix Limitada, 550 páginas, São Paulo, 1989;
5. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146
páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;
6. QUEIROZ, Álvaro de, A Maçonaria Esotérica, Rito Escocês
Antigo e Aceito, ISBN 978-85-370-1003-7, primeira edição, Madras Editora
Limitada, 158 páginas, São Paulo, 2016;
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