Luta e sobrevivência.
Charles Evaldo Boller
O maçom é incentivado em promover a caridade. Será
suficiente? Por mais que se auxilie em ações pontuais, jamais será capaz de
acabar com o abismo que separa ricos de pobres.
Só a capacidade de pensar pode municiar os pobres com a
capacidade de eles mesmos irem em busca de recursos, não poluir e reduzir a
natalidade. Com isto se reduzirá a ação nefasta do sistema econômico mundial
que escraviza ao ponto de matar para possibilitar sua própria sobrevivência.
Debaixo do sistema humano sempre existirão pobres e miseráveis,
mas não haverá necessidade de partir para ações que trucidam tantos de forma
vil.
Temos no Brasil uma prática funesta de inibição da vontade
de progredir, são as bolsas de auxílio aos pobres. Prática fatal que inibe o
desenvolvimento individual e incentiva a natalidade. Quanto mais filhos, mais
dinheiro o cidadão recebe. Prevalece a motivação em adquirir sempre mais ativos
econômicos sob forma de filhos e não a investir em outras formas de riqueza.
Número elevado de filhos é fato de relevância econômica que pertence ao
passado. Hoje as bolsas contribuem ao bom resultado da economia, mas criam
legiões de indolentes acomodados e sem iniciativa ou motivação para a livre
iniciativa. O mercado mantém número elevado de posições de trabalho não qualificado
apenas para sustentar os menos dotados, uma das razões de limitação vem desta
prática terrível de dar esmolas com o dinheiro de erário. Com isto produzem-se
mais pessoas para serem mortas pelo sistema econômico mundial quando este vê a
sua estabilidade ameaçada.
O pobre não tem capacidade de formar sua prole debaixo da
realidade de mercado. Milhões de pessoas não serão absorvidas pelo mercado de
trabalho, exigindo do Estado liberação progressiva de recursos da previdência
social sem colaborar com a formação do fundo, esgotando-o, originando um
escorchante sistema de impostos e confiscos.
É necessário acordar para o fato de que é só pela liberdade
de pensamento, evitar preconceitos e dogmas, combater a ignorância que o
cidadão vai limitar sua prole e com isto garantir sua felicidade.
No ritmo em que vai, estima-se que somos quase oito bilhões
de pessoas no Orbe. Guerra e fome aumentarão de forma geométrica, teremos
talvez uma em cada três pessoas passando fome. Mesmo que o Brasil consiga
sustentar mais de um bilhão de criaturas, pois é considerado um dos celeiros do
mundo, a fome matará milhões. Ao longo da história humana, em quase todas as
sociedades, existem registros de crises de alimentação, onde os cidadãos de
países inteiros morreram de fome.
As ruas de nossas cidades, dia-a-dia passam a receber mais
veículos; quantos morrem diariamente apenas em ocorrência de trânsito? Quanto
menos espaço para circular, mais aumenta o comportamento agressivo, mais
aumenta a violência. É só estender este raciocínio para as outras carências e
necessidade básicas do homem. Tire do homem de forma significativa a capacidade
de visão, de alimentação, de deslocamento, ou outra necessidade básica de vida,
e faça um exercício de abstração para imaginar até aonde a barbárie tomará
conta das tênues relações humanas reguladas pelas leis.
Dizem que quando a miséria entra pela porta, a virtude sai
pela janela, daí é só surgir escassez de qualquer recurso que afloram no homem
os piores de seus instintos selvagens. Não é isto que experimentamos
diariamente? É só assistir aos noticiários para ver a degradação moral e
crescimento da violência.
Estarão todos cegos? Terá esfriado o amor fraternal? É muita
concorrência!
A quantidade de seres humanos concentrados em pequenos
espaços, na ocorrência de competição por qualquer recurso básico de vida,
acirra o afloramento das maiores bestialidades, onde as leis perdem seu efeito
regulador nas relações entre as pessoas.
Fica pior quando a Justiça é servida em conta-gotas, quando
esta se comporta como se não existisse; onde o judiciário deixa de produzir
justiça e passa a ativista político, acrescente legisladores que criam leis que
defendem o criminoso, instituições de direitos humanos que defendem o malfeitor
e outros detalhes, que o descrédito nas tênues forças coercitivas das relações
sociais desaparece, o caos se estabelece, desaparece a liberdade.
Urge pensar soluções para reduzir a população mundial. Se
demorar um pouco mais poderá ser tarde demais! A tensão crescerá ao ponto de
todos os valores serem desconsiderados e o homem retornará a barbárie. A
concorrência já está muito grande e os recursos são poucos. Até quando
permanecerá adormecido o amor fraterno; esta capacidade que foi transmitida ao
homem pelo Grande Arquiteto do Universo em suas façanhas criativas. Certamente
caminhar pela senda do amor eliminará a necessidade de matar pessoas antes de
alcançarem o objetivo originalmente delineado; vida plena e com qualidade
dentro dos objetivos do Incriado.
Bibliografia
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Filosofia, tradução: Alfredo Bosi, Ivone Castilho Benedetti, ISBN
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3. MASI, Domenico de, Criatividade e Grupos Criativos,
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Yadyr A. Figueiredo, ISBN 85-03-00682-0, nona edição, José Olympio Editora, 354
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5. ROUSSEAU, Jean-Jacques, A Origem da Desigualdade Entre os
Homens, tradução: Ciro Mioranza, primeira edição, Editora Escala, 112 páginas,
São Paulo, 2007;
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