domingo, 17 de setembro de 2023

A Nível

Espiritualidade estável.

Charles Evaldo Boller


No simbolismo maçônico, estar em nível e a prumo são condições do que está no lugar certo. Situação aprovada. Obreiro com obrigações da loja em dia: tesouraria, tronco de solidariedade, trabalhos filosóficos etc. Nível e prumo são símbolos que representam o trabalho do maçom, como construtor do Universo moral e material. Ambos relacionados com questões esotéricas e filosóficas, trabalhadas pela Maçonaria.

Nível é ferramenta com a qual o profissional de construção verifica se uma superfície está nivelada, já que para a edificação de um alicerce seguro é fundamental uma superfície no nível que representa a ideia que todos os maçons são iguais na Maçonaria no que diz respeito a seus pensamento e crenças.

Prumo é instrumento que permite aferir a verticalidade da parede sendo erigida: condição fundamental para assegurar estabilidade. Nível e prumo são ferramentas que simbolizam a igualdade que existe entre os irmãos e a sua retidão de caráter. O prumo simboliza a retidão do caráter do irmão. Jeová colocou uma regra de conduta ao povo de Israel, a qual deve ser seguida para que o povo escolhido se desenvolva reto como um muro a prumo.

É comum comparar-se o Universo material com a construção de um edifício, e este, simbolizado pelo templo maçônico, inspirado do templo de Jerusalém, é imitação do cosmo. O mapa celeste, conforme visto pelos antigos hierofantes caldeus e persas, é reproduzido no teto do templo maçônico no Rito Escocês Antigo e Aceito, onde a prática maçônica no interior do templo é o exercício da construção cósmica.

Nível e prumo são importantes ferramentas do labor construtivo que o maçom coloca em sua obra de autoconstrução. Com o nível se comprova a horizontalidade que ele adquire em seu trabalho de construção do seu edifício interno. O prumo mostra que o edifício está perfeito em sua verticalidade em busca de aperfeiçoamento espiritual.

Relacionam-se nível e prumo com os dois os sentidos que a Maçonaria dá ao edifício do caráter humano: horizontal, energia yin, vertical, energia yang.

O maçom cresce nos sentidos dos dois raios que formatam o Universo em sua expansão: extensão e profundidade, latitude e longitude, simplicidade e complexidade, tempo e espaço etc. O prumo, eixo vertical indica o sentido da ascensão em direção à sua elevação espiritual. O nível, eixo horizontal, indica o sentido da extensão em direção aos quadrantes da Terra nos assuntos relacionados a sua materialidade.

Na tradição maçônica o templo reflete o cosmo construído a prumo com o eixo do mundo, cujo centro é a estrela polar. Dela desce um eixo imaginário em torno qual o Universo gira. Como eixo do mundo é o instrumento pelo qual o Grande Arquiteto do Universo esquadreja e erige o Universo de horizonte a horizonte e de cima até em baixo.

Na estrutura fisiológica do ser humano utiliza-se a simbologia do nível e do prumo para representar o homem em sua posição horizontal, em equilíbrio com a natureza e na sua posição vertical em sua ascensão espiritual.

Estar à nível aponta a materialidade e estar a prumo representa a evolução espiritual necessária para a evolução conforme o projeto do Grande Arquiteto do Universo.


Bibliografia

1. BOUCHER, Jules, A Simbólica Maçônica, Segundo as Regras da Simbólica Esotérica e Tradicional, título original: La Symbolique Maçonnique, tradução: Frederico Ozanam Pessoa de Barros, ISBN 85-315-0625-5, primeira edição, Editora Pensamento Cultrix Limitada, 400 páginas, São Paulo, 1979;

2. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico, M-N-O-P, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-152-6, terceira edição, Editora Maçônica a Trolha Limitada, 151 páginas, Londrina, 2002;

3. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico, M-N-O-P, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-152-6, terceira edição, Editora Maçônica a Trolha Limitada, 151 páginas, Londrina, 2002;

4. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Limitada, 550 páginas, São Paulo, 1989;

5. PUSCH, Jaime, ABC do Aprendiz, segunda edição, 146 páginas, Tubarão Santa Catarina, 1982;

6. QUEIROZ, Álvaro de, A Maçonaria Esotérica, Rito Escocês Antigo e Aceito, ISBN 978-85-370-1003-7, primeira edição, Madras Editora Limitada, 158 páginas, São Paulo, 2016;

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