Charles Evaldo Boller
Autogoverno Antes do Governo
O verdadeiro líder maçom começa governando a si mesmo.
Disciplina interior, controle das paixões e fidelidade ao dever são pré-requisitos
para qualquer liderança externa.
Aplicação prática: cultivar rotinas de
autoaperfeiçoamento, leitura diária, meditação, autocrítica.
Ética Como Norte
A liderança maçônica não busca conveniência, mas justiça.
Inspirada no imperativo categórico kantiano, ela pergunta: "E se todos
agissem assim"?
Aplicação prática: em decisões profissionais ou
políticas, optar por aquilo que pode ser universalizado sem injustiça.
Servir para Liderar
A liderança não é privilégio, mas serviço à coletividade. O
líder maçom vê-se como depositário de responsabilidades.
Aplicação prática: colocar os interesses do grupo acima
do interesse próprio; praticar a chamada "servant leadership".
Educar pelo Exemplo
Não existe educação, apenas a autoeducação. O líder maçom
inspira pela coerência entre palavras e atos.
Aplicação prática: manter integridade no ambiente
profissional, familiar e social, para que o exemplo seja a primeira lição.
Praticar a Tolerância
Tolerância não é complacência, mas respeito às diferenças sem
abrir mão da justiça. É a virtude política da convivência pacífica. Tolerância
tem limites.
Aplicação prática: em debates acalorados, ouvir
ativamente, reconhecer a dignidade do outro e buscar consensos possíveis.
Desapego ao Poder
O poder é meio, não fim. O líder maçom, como George Washington,
entende que a autoridade maior vem do exemplo ético, e não do cargo.
Aplicação prática: exercer liderança temporária e
partilhada, recusando personalismos e vaidades.
Coragem Ética
A liderança maçônica exige coragem para denunciar injustiças,
mesmo contra a maioria. Como Tiradentes, o maçom sabe que a fidelidade ao ideal
pode ter custos.
Aplicação prática: não se calar diante de arbitrariedades
ou corrupções, ainda que isso traga desconforto pessoal.
Defesa da Democracia
A Democracia é imperfeita, mas é o solo fértil da liberdade. O
líder maçom deve atuar para corrigir seus desvios e fortalecer sua
transparência.
Aplicação prática: participação ativa em conselhos
comunitários, entidades civis ou cargos públicos, sempre em favor do bem comum.
Construção de Pontes
O líder maçom é intérprete dos símbolos e mediador de realidades
distintas. Ele deve unir pessoas, classes e culturas.
Aplicação prática: em disputas sociais ou institucionais,
atuar como conciliador que busca caminhos de cooperação.
Visão de Futuro
A liderança maçônica não se limita ao imediato, mas pensa no
progresso humano e na fraternidade universal. Como Franklin ou Bolívar, o maçom
olha além das fronteiras locais.
Aplicação prática: apoiar projetos educacionais,
ambientais e culturais que transcendam interesses particulares.
Conclusão
O líder maçom contemporâneo deve ser simultaneamente filósofo,
educador e servidor. Esses dez princípios podem orientar sua prática em todas
as esferas: família, trabalho, comunidade, política e espiritualidade.
Aplicados de forma contínua, tornam a liderança maçônica um
instrumento de transformação silenciosa, ética e duradoura, fiel ao ideal de tornar feliz a humanidade pelo amor, pela
liberdade e pela fraternidade.
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