segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Dez Princípios de Liderança Maçônica Aplicáveis Hoje

 Charles Evaldo Boller

Autogoverno Antes do Governo

O verdadeiro líder maçom começa governando a si mesmo. Disciplina interior, controle das paixões e fidelidade ao dever são pré-requisitos para qualquer liderança externa.

Aplicação prática: cultivar rotinas de autoaperfeiçoamento, leitura diária, meditação, autocrítica.

Ética Como Norte

A liderança maçônica não busca conveniência, mas justiça. Inspirada no imperativo categórico kantiano, ela pergunta: "E se todos agissem assim"?

Aplicação prática: em decisões profissionais ou políticas, optar por aquilo que pode ser universalizado sem injustiça.

Servir para Liderar

A liderança não é privilégio, mas serviço à coletividade. O líder maçom vê-se como depositário de responsabilidades.

Aplicação prática: colocar os interesses do grupo acima do interesse próprio; praticar a chamada "servant leadership".

Educar pelo Exemplo

Não existe educação, apenas a autoeducação. O líder maçom inspira pela coerência entre palavras e atos.

Aplicação prática: manter integridade no ambiente profissional, familiar e social, para que o exemplo seja a primeira lição.

Praticar a Tolerância

Tolerância não é complacência, mas respeito às diferenças sem abrir mão da justiça. É a virtude política da convivência pacífica. Tolerância tem limites.

Aplicação prática: em debates acalorados, ouvir ativamente, reconhecer a dignidade do outro e buscar consensos possíveis.

Desapego ao Poder

O poder é meio, não fim. O líder maçom, como George Washington, entende que a autoridade maior vem do exemplo ético, e não do cargo.

Aplicação prática: exercer liderança temporária e partilhada, recusando personalismos e vaidades.

Coragem Ética

A liderança maçônica exige coragem para denunciar injustiças, mesmo contra a maioria. Como Tiradentes, o maçom sabe que a fidelidade ao ideal pode ter custos.

Aplicação prática: não se calar diante de arbitrariedades ou corrupções, ainda que isso traga desconforto pessoal.

Defesa da Democracia

A Democracia é imperfeita, mas é o solo fértil da liberdade. O líder maçom deve atuar para corrigir seus desvios e fortalecer sua transparência.

Aplicação prática: participação ativa em conselhos comunitários, entidades civis ou cargos públicos, sempre em favor do bem comum.

Construção de Pontes

O líder maçom é intérprete dos símbolos e mediador de realidades distintas. Ele deve unir pessoas, classes e culturas.

Aplicação prática: em disputas sociais ou institucionais, atuar como conciliador que busca caminhos de cooperação.

Visão de Futuro

A liderança maçônica não se limita ao imediato, mas pensa no progresso humano e na fraternidade universal. Como Franklin ou Bolívar, o maçom olha além das fronteiras locais.

Aplicação prática: apoiar projetos educacionais, ambientais e culturais que transcendam interesses particulares.

Conclusão

O líder maçom contemporâneo deve ser simultaneamente filósofo, educador e servidor. Esses dez princípios podem orientar sua prática em todas as esferas: família, trabalho, comunidade, política e espiritualidade.

Aplicados de forma contínua, tornam a liderança maçônica um instrumento de transformação silenciosa, ética e duradoura, fiel ao ideal de tornar feliz a humanidade pelo amor, pela liberdade e pela fraternidade.

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