sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Ativando o Maçom

Ser tolerante com equilíbrio e espírito de justiça.

Charles Evaldo Boller


Para tornar-se ativo, o maçom é levado a descobrir, em sua evolução, que devido à característica humana inclinada ao que mais desperta prazer imediato, revela a necessidade de permanente vigilância em todos os relacionamentos com outras pessoas, e, principalmente, sobre si mesmo, onde vícios e paixões desvirtuam bons princípios.

A ordem maçônica mostra caminhos para transformar o maçom em um homem equilibrado e justo. O instrui para que se afaste de inclinação natural de ser justiceiro, de usar da força para eliminar os que, de alguma forma, não concordam com suas ideias, crenças ou posturas. Pelo estudo é incentivado a exercitar a tolerância em doses proporcionais e condicionadas a cada caso e circunstância. Com isto, não exerce o ímpeto da vingança, mas atrela-se aos ditames das leis vigentes em cada fase histórica. A vingança é observada como a tendência do aspecto selvagem, da incapacidade de raciocinar com equilíbrio para desenvolver critérios que resultem em desenvolver, nas pessoas, princípios morais sem destruí-las, sem ter que matá-las. A vingança sempre foi observada como algo até pior que o mal cometido pelo criminoso, e que só a tolerância, mesmo que esta não exista em termos absolutos, ativa o maçom a conviver em paz e obter melhores resultados em seus empreendimentos.

Em sua jornada educacional com respeito à justiça, o iniciado é levado a observar que a mesma deve ser espalhada sobre todos os cidadãos, sejam eles justos ou injustos, independentemente de sua condição social, cor da pele, religião ou política. A ação da justiça recompensa o bom e pune o mau. Todo crime é punido e o castigo para o criminoso é certo. Caso contrário, aumenta a sensação de impunidade, os níveis de violência e da desobediência civil. Eliminar o perjuro é intolerância, mas é a única forma de justificar a própria existência da tolerância, devidamente limitada por princípios morais, demonstrando que o mal não reina e é devidamente castigado pela justiça.

Outra faceta que é traduzida das simbologias e estórias contadas é a de que o maçom deve comportar-se qual cavaleiro ao defender os oprimidos dos abusos dos opressores. Os instrumentos espalhados nas oficinas maçônicas transmitem a postura dos cavaleiros medievais, inspirando a conduta na retidão da régua, perfeitamente reta e equilibrada como um esquadro, enérgica, forte, dura e firme como o malho. A dureza do malho é a intolerância contra o mal. É a Justiça aplicada conforme orienta a retidão do esquadro e da régua. O fato de desenvolver princípios morais com o uso de seus instrumentos e ferramentas leva àquele assim educado a nunca tomar a justiça em suas próprias mãos, e, em hipótese alguma incentivar ou mobilizar-se para a vingança. Isto significa que o malfeitor será caçado e destruído, excluído da sociedade. É a intolerância contra o mal de que a Justiça deve cuidar.

O maçom está devidamente ativado quando usa da tolerância com equilíbrio e espírito de justiça.

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