A percepção de energias astrais estranhas, desconhecidas e misteriosas que os olhos não veem.
Charles Evaldo Boller
A loja que pratica o Rito Escocês Antigo e Aceito
beneficia-se do ensino permanente e da existência de numerosos graus em
permanente evolução, não pelas palavras do venerável mestre ou do orador, mas
do maçom que a compõe. É dentro da loja que o maçom se identifica como
livre-pensador e entende que a fecundação das ideias se opera no silêncio,
venerando a inteligência como a mais perfeita manifestação da vida. A amizade
que surge entre os irmãos fraternos é o que une a ordem maçônica num só corpo.
A ação maçônica da loja se dá sobre o maçom que participa das reuniões, onde
absorve energias positivas que o suprem com necessária força para efetuar
mudanças em si mesmo, de modo que faça a diferença na sociedade. A loja, como
instituição, não aparece em público, e, sim, aqueles que são por ela treinados
para assumirem cargos e exercerem o poder para modificar a sociedade; é a razão
de não se discutir religião nem política partidária dentro do templo. Maçons
ainda não iniciados em espírito custam a entender a neutralidade da Maçonaria e
insistem em influenciar a sua loja em favor de obras ou assuntos que eles
preferem e disso decorrem problemas de manutenção da harmonia para manter a
loja viva.
A loja é para o maçom o asilo sagrado da inviolabilidade de
sua consciência e de seu pensamento. É um organismo vivo e complexo. A loja não
deve ser vivida como algo simples e assemelhado a um clube. Ela requer
planejamento, amadurecimento e vivência com assiduidade. Viver o desenrolar das
atividades de uma loja é investir numa estrutura que não pode ser vista, mas
sentida. Desta forma pode-se usufruir dos dividendos do aperfeiçoamento pessoal
que a convivência promove. O presente serve para o preparo intelectual e
espiritual com olhos no futuro. Exige-se compromisso e lealdade no
compartilhamento de percepções e intervenção para manter a harmonia. Não é
questão de pensar no que o outro deveria fazer, mas trabalhar em conjunto com
os demais, apresentando e debatendo propostas, ideias, escolhendo o melhor
entre várias proposições. O debate deve melhorar o que o outro cria. Para
manter a loja viva não basta assinar o livro de presença; não é apenas presença
física, mas ação que implanta novas e inusitadas ideias na cabeça dos
participantes, através de peças de arquitetura realmente inéditas e diferentes.
Cada maçom em loja é depósito de memórias de gerações passadas; que as gerações
futuras se beneficiem da geração atual com suas memórias lançadas no tempo para
amadurecer. A loja não é apenas atividade litúrgica, beneficente e estudo, mas
uma fábrica de sonhos com boa perspectiva de gerar algo novo para a vida em
sociedade de hoje e em futuro próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário