terça-feira, 13 de maio de 2025

As Buscas das Novas Gerações de Maçons

 Charles Evaldo Boller

 

As novas gerações de maçons adentram os graus complementares do Rito Escocês Antigo e Aceito movidas por um desejo intenso de compreensão, buscando causas que deem sentido às suas jornadas pessoais e coletivas. Não se contentam com respostas superficiais ou conceitos vazios; desejam verdades que ecoem em suas consciências, que ordenem suas existências e lhes proporcionem pilares seguros para suas crenças. A busca por um caminho lógico e racional não é apenas uma preferência intelectual, mas uma necessidade que pulsa em seus corações, refletindo a sede por sabedoria prática e significativa.

 

A Ordem Maçônica, com sua riqueza simbólica e metodológica, surge como um espaço fértil para aqueles que se dedicam a essa busca profunda. No entanto, as novas gerações não se prendem ao tradicionalismo por si só; anseiam por uma integração entre o antigo e o novo, entre o conhecimento acumulado ao longo dos séculos e as perspectivas contemporâneas que permeiam suas vivências. Para essas mentes ávidas, os ensinamentos do Rito Escocês Antigo e Aceito não são meras abstrações; são ferramentas de aperfeiçoamento pessoal e coletivo, capazes de iluminar os passos daqueles que se propõem a compreender suas lições.

 

Cabe às gerações que já alcançaram os altos graus da escada maçônica a responsabilidade de transmitir os conhecimentos de forma clara, objetiva e aplicável. A tradição, por mais venerável que seja, necessita ser adaptada às demandas atuais, sem perder sua essência e profundidade. É fundamental que os mestres e iniciados mais experientes reconheçam que a sede por respostas das novas gerações não se extinguirá com meras explicações teóricas. A prática da sabedoria, traduzida em atitudes e comportamentos coerentes com os princípios maçônicos, é o que verdadeiramente cativa e inspira os maçons contemporâneos.

 

Essas novas gerações não se intimidam perante as dificuldades impostas pelos caminhos da filosofia maçônica. Pelo contrário, mostram-se persistentes, determinadas a decifrar os mistérios e a absorver as lições que o rito oferece. Trata-se de uma juventude que se exercita na reflexão e que não se rende diante das incertezas. Reconhecem na Ordem um espaço de amadurecimento espiritual e intelectual, onde cada símbolo, cada sinal e cada palavra pronunciada possui um significado que transcende a mera formalidade ritualística.

 

É preciso ouvir esses maçons novos, compreender suas angústias e motivações, pois suas inquietações não são fruto de um espírito desordeiro, mas sim de uma profunda vontade de compreender a si mesmos e ao mundo. Os símbolos e sinais que vertem da filosofia da Ordem devem ser apresentados de maneira que dialoguem com suas realidades, endereçados tanto às suas consciências quanto aos seus corações. Não basta expor o conhecimento: é necessário torná-lo significativo, palpável e aplicável no cotidiano de cada um.

 

A busca pelo saber maçônico, para esses novos, não se encerra na mera contemplação filosófica, mas sim na aplicação prática dos conceitos absorvidos. Para eles, a filosofia é uma via que se desdobra na experiência concreta, e o valor agregado dos ensinamentos precisa ser evidente e transformador. A prática da virtude, a retidão de caráter e a coerência entre palavra e ação são aspectos que essas gerações valorizam, e é imprescindível que os altos graus reflitam tais princípios de forma clara e inspiradora.

 

A renovação da Maçonaria, portanto, não se dá apenas pela incorporação de novos membros, mas pela revitalização contínua de seus métodos de ensino e transmissão do conhecimento. As novas gerações desejam contribuir para o fortalecimento da Ordem, mas para isso precisam sentir que sua busca é respeitada e que suas perspectivas são levadas a sério. A transmissão do conhecimento maçônico deve ser um processo dialógico, em que a sabedoria dos antigos se encontra com a vontade transformadora dos mais novos dentro da Ordem.

 

Assim, o maravilhoso legado da Maçonaria não está apenas em preservar os rituais e tradições, mas em garantir que seus princípios sejam constantemente atualizados, sem perder a essência que lhes conferiu significado ao longo dos séculos. É papel das gerações mais antigas apoiar essa jornada de descoberta, compartilhando suas experiências com humildade e abertura. Afinal, a sabedoria maçônica não é um fim em si mesma, mas uma jornada compartilhada, na qual cada irmão, independentemente de sua idade ou grau, contribui para o enriquecimento coletivo da Ordem.

 

A força da Maçonaria reside justamente na capacidade de se adaptar aos tempos sem perder sua profundidade espiritual. As novas gerações, com sua inquietação e desejo de mudança, não são ameaça à tradição, mas um convite ao crescimento mútuo, uma oportunidade de revisitar ensinamentos antigos sob uma nova perspectiva. Que o diálogo entre gerações se fortaleça e que a sabedoria maçônica continue a iluminar os caminhos de todos aqueles que, com sinceridade e determinação, buscam a Verdade que liberta e transforma.

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