Charles Evaldo Boller
Reflexões sobre a
Evolução Emocional
A trajetória da
humanidade ao longo dos séculos revelou um paradoxo inquietante: ao mesmo tempo
em que o progresso técnico e científico alcançou níveis impressionantes, o
desenvolvimento emocional e ético dos indivíduos não acompanhou tal evolução. A
competição intensa, herança dos processos evolutivos, tornou-se um traço
indelével das sociedades modernas, gerando um ambiente marcado por violência,
ódio, ciúme, inveja e ira. A busca por soluções para essa realidade nos conduz
a refletir sobre a filosofia maçônica e sua proposta de autotransformação,
visando um equilíbrio emocional que se traduz em benefício coletivo.
O Mal Social e Suas
Raízes Evolutivas
Pesquisas científicas
contemporâneas indicam que o cérebro humano evoluiu para enfrentar situações de
perigo e competição por recursos. Tal adaptação, útil em contextos primitivos,
perpetuou circuitos emocionais que, nas sociedades modernas, manifestam-se por
meio de comportamentos destrutivos e sentimentos negativos. A intensa
competitividade, em especial, desponta como um catalisador de conflitos
interpessoais e sociais. O homem moderno, embora tecnologicamente avançado,
permanece prisioneiro de estruturas emocionais arcaicas que dificultam o pleno
desenvolvimento ético e espiritual.
O Chamado da Filosofia
Maçônica
A Maçonaria, enquanto
organização iniciática e filosófica, propõe um caminho de transformação pessoal
pautado no autoconhecimento e no aprimoramento moral. Inspirada em princípios
de liberdade, igualdade e fraternidade, a prática maçônica busca libertar o
indivíduo das amarras emocionais que perpetuam o mal-estar social. Por meio de
rituais simbólicos e estudos profundos, o maçom é convidado a explorar as
raízes de suas emoções, compreender suas motivações e promover um equilíbrio
interno que favoreça atitudes harmoniosas e construtivas.
O Desenvolvimento de
Novos Circuitos Cerebrais
A neurociência moderna
corrobora a necessidade de desenvolvimento de novos circuitos emocionais para a
transformação pessoal. Estudos demonstram que práticas como a meditação, a
reflexão filosófica e o cultivo de valores altruístas estimulam regiões cerebrais
associadas ao autocontrole e à empatia. A filosofia maçônica, com sua ênfase no
aperfeiçoamento contínuo, oferece um campo fértil para o fortalecimento desses
circuitos, promovendo a superação de impulsos negativos e a construção de uma
personalidade equilibrada e resiliente.
A Dimensão Espiritual e
o Resgate da Essência Humana
Mais do que um movimento
moral, a prática maçônica busca resgatar a essência espiritual do ser humano,
muitas vezes obscurecida pelas demandas competitivas do cotidiano. O cultivo de
virtudes como a tolerância, a justiça e o respeito mútuo ressignifica a
experiência humana, aproximando o indivíduo de um estado de serenidade e
sabedoria. A partir dessa perspectiva, a Maçonaria torna-se um instrumento de
libertação das paixões desordenadas e dos sentimentos nocivos que perpetuam o
sofrimento individual e coletivo.
Conclusão
A filosofia maçônica
oferece uma resposta relevante ao dilema contemporâneo da evolução emocional.
Ao promover o desenvolvimento de novos circuitos cerebrais pautados pela
harmonia interior e pela busca da verdade, ela contribui para a formação de
indivíduos emocionalmente equilibrados e socialmente responsáveis. Assim, a
prática maçônica não apenas auxilia na transformação pessoal, mas também
impulsiona a construção de uma sociedade mais justa e pacífica, na qual o homem
possa, enfim, salvar-se de si mesmo.
Bibliografia
1. DISPENZA, Joe,
Quebrando o Hábito de Ser Você Mesmo, título original: Breaking the Habit of
Being Yourself, tradução: Celso Paschoa, ISBN 978-85-68014-32-5, primeira
edição, Citadel Grupo Empresarial, 346 páginas, 2012;
2. EBRAM, José, Os
Chakras, Centros Energéticos, primeira edição, Madras Editora Limitada, 86
páginas, São Paulo, 1996;
3. ROHDEN, Humberto, O
Caminho da Felicidade, Curso de Filosofia da Vida, ISBN 85-7232-147-0, segunda
edição, Editora Martin Claret Limitada, 158 páginas, São Paulo, 2008;
4. ROHDEN, Humberto,
Porque Sofremos, ISBN 85-7232-167-5, primeira edição, Editora Martin Claret
Limitada, 142 páginas, São Paulo, 2006;
5. TUMA FILHO, Fadel
David Antonio, Humanidade e o Mundo Atual, Filosofia Interessa ao Maçom?
Cadernos de Pesquisas, 26, ISBN 978-85-7252-333-2, primeira edição, Editora
Maçônica a Trolha Limitada, 168 páginas, Londrina, 2013;
Nenhum comentário:
Postar um comentário