Mecanismos da evolução dentro dos templos da Maçonaria.
Charles Evaldo Boller
Prova de Coragem
O momento que terá te apanhado de surpresa e sobre o qual
captaste apenas um pouco dos seus inúmeros pormenores e significados,
representa um instante importante na vida de um obreiro da Luz[1]. A
iniciação na Maçonaria é o primeiro mergulho ao interior de ti mesmo, exercício
que poderás repetir vezes sem conta na senda que começastes a trilhar. O
primeiro passo nesse caminho foi um exercício de vontade e perseverança, haja
vista que as provas a que fostes submetido não te demoveram da vontade de ver a
Luz e de ser recebido como obreiro novo entre os maçons, agora teus irmãos. Os passos
sugeridos, a partir deste ponto, serão novos apelos à tua vontade,
esclarecimento, consciência e vontade de aprender.
Aprendizagem
Como aprendiz estás no noviciado da Maçonaria, ocasião em que
te é recomendada atenção durante as sessões da loja. Pergunte e te será
fornecida qualquer informação pertinente aos assuntos da ordem maçônica, com
restrição apenas a sinais, toques, rituais e palavras dos graus que tens a tua
frente. No mais, toda e qualquer informação de história, ritualística e
filosofia maçônica está a tua disposição e será respondida ou poderás
pesquisá-la numa infinidade de livros disponíveis nas livrarias.
A aprendizagem maçônica é contínua. Ocorre em várias
dimensões. No estudo dos símbolos, a Maçonaria utiliza de vasta simbologia que precisa
ser compreendida e internalizada. Cada símbolo representa conceitos como
moralidade, ética, virtudes e outros.
O complemento da aprendizagem se dá pela leitura e reflexão em
loja, quando da apresentação de peças de arquitetura, que são textos
desenvolvidos pelo teu intelecto e que são compartilhados com formalidades em
loja. Fora da loja são incentivadas leituras de livros, cuja bibliografia será
indicada pelo venerável
mestre, primeiro vigilante ou segundo vigilante. Tu és incentivado a
estudar textos maçônicos, filosóficos e históricos que ampliem teu entendimento
sobre a vida e os mistérios do universo.
Dentro da aprendizagem é importante dedicar especial
importância à interação com os irmãos na troca de ideias e experiências
que enriquecem o aprendizado e fortalecem os laços fraternos. Nos rituais e nas
iniciações sucessivas, em diversos graus, os rituais são pontos de entrada ao
filosofar maçônico, desempenham papel educativo e provocam a vivenciar ludicamente
ensinamentos espirituais e filosóficos.
Evolução Continuada
A tua evolução pessoal na Maçonaria é processo de
aperfeiçoamento contínuo em direção ao teu autoconhecimento, realizado
por meio da introspecção e da análise de ações. Serás permanentemente
incentivado a compreender melhor a ti mesmo. A tua evolução em sentido lato
decorre do desenvolvimento de virtudes e da prática de valores como humildade,
justiça, fraternidade e sabedoria, essenciais para o progresso pessoal, social
e profissional. A contribuição para a sociedade é resultado da evolução dentro
da doutrina maçônica ao aplicardes os princípios aprendidos em tua vida
cotidiana, buscando ser sempre exemplo de virtude e contribuindo para o bem
comum.
A vigilância que tens a oportunidade desenvolver significa
enorme disponibilidade para ver, ouvir, cheirar e sentir, sem juízos pré-formados
e ideias pré-concebidas. O noviciado é tempo de aprendizagem sobre as regras
da prática da Arte Real. Em quase todas as semanas nos reuniremos em loja,
longe dos olhares do mundo externo para erguer novos templos à virtude e cavar
masmorras ao vício, exercitando o que designamos por Arte Real.
Arte Real
A expressão "arte
real" refere-se à prática e ao estudo da busca pelo autoconhecimento,
pela perfeição moral e pelo aprimoramento espiritual e intelectual do ser
humano. Esse conceito é central e apresenta-se assemelhado a uma escola de
virtudes e uma jornada de transformações pessoais. O termo "arte real" vem de tradições antigas
que viam a Maçonaria como continuação simbólica das obras realizadas por
construtores de catedrais e templos. A expressão também remonta ao conceito
medieval de "artes liberais"
como gramática, lógica, retórica, música, aritmética, geometria e astronomia,
que eram consideradas superiores às "artes
mecânicas".
Real porque era praticada pelos reis, filósofos e sacerdotes da
realeza que dispensavam tempo útil para pensar em coisas elevadas e diferentes,
com o objetivo de cuidar das cidades e dos assuntos ligados ao homem e à
divindade. O termo "real"
não está relacionado à realeza no sentido monárquico, mas à ideia de algo
nobre, elevado e verdadeiro. O mesmo acontece com os maçons reunidos em
loja, quando dedicam tempo de forma regular, assídua e continua ao
livre-pensar.
Arte porque visa o belo, o perfeito que o homem cria
para seu próprio usufruto. Por isso, não falte aos trabalhos de tua loja por
motivo realmente justificável: Maçonaria só se faz dentro da loja - trata-se de
algo que se sente e não de atividade intelectual que usualmente apenas afaga o
ego.
Com a arte real o maçom constrói o seu interior e, para isso,
utiliza símbolos e metáforas para ensinar lições morais relacionadas à
arquitetura e à construção, a exemplo de ferramentas e edificações. A "arte real" é a habilidade de
"esculpir" a própria alma
e construir uma vida virtuosa.
A arte real é respeito para com a tradição e o conhecimento
acumulado dos que nos precederam e que os maçons atuais buscam preservar e
transmitir como conjunto de conhecimentos filosóficos, espirituais e
simbólicos, considerados valiosos para a elevação do ser humano.
Para o maçom a harmonia e o equilíbrio são expressão de
"arte", ao envolver-se na
busca por harmonia em todos os aspectos da vida, incluindo o equilíbrio entre o
material e o espiritual.
No topo da "arte
real" no interesse do maçom está a obtenção de sabedoria e verdade,
observada como busca pela verdade universal, iluminação e compreensão
dos mistérios do universo e do homem.
Lembra-te do momento em que te tiraram a venda na cerimônia de
iniciação, e que, depois disso, não houve mais necessidade de um guia para
ajudar-te a caminhar, isso tem contornos de Arte Real. Immanuel Kant, cujo pai
foi maçom, ilustrou essa arte ao definir que "iluminação significa a saída do homem de sua menoridade, da qual o
culpado é ele próprio. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu
entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado
dessa menoridade se a sua causa não estiver na ausência de entendimento, mas na
ausência de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem".
Dúvidas São Essenciais
Para as normas da ordem maçônica, as provocações do ritual, a
interação com os teus irmãos nos trabalhos da loja, recomendo-te olhar vivo e
sentidos despertos. Se tiveres necessidade de expor alguma necessidade ou ideia,
pergunte na hora apropriada durante a sessão ou fora de loja, conforme te for
conveniente, a qualquer mestre maçom. Todos os teus irmãos são responsáveis
pelo teu desenvolvimento e crescimento dentro dos assuntos da ordem maçônica.
Boa aprendizagem na caminhada que agora iniciaste se faz
gradualmente, sem pressa, sem saltar etapas, na via do conhecimento das leis e
regulamentos que nos regem, na relação com outros maçons, e, principalmente, no
interesse da tua autoconstrução, autoconhecimento e autoeducação, atividades
lúdicas que te levarão a autorrealização, o último estágio da escala de
Maslow[2].
Não tenhas pressa na caminhada que iniciaste. Sempre
terás apoio no irmão primeiro vigilante. Deixa-te guiar por ele, pela sua
experiência e sensibilidade e cumpre as suas orientações. Adicionalmente, todos
os mestres maçons do Universo têm a obrigação de ensinar-te e orientar-te na
caminhada.
Dúvidas são importantes ao autodesenvolvimento e têm
papel essencial em diversos aspectos da vida como aprendizado, desenvolvimento
pessoal, tomada de decisão e inovação.
Na Maçonaria receberás elevado estímulo ao aprendizado para te
despertar a curiosidade, onde as dúvidas incentivam a busca por respostas,
promovendo aprendizado contínuo. São esperadas de ti a compreensão
profunda das propostas dos rituais ao questionares conceitos e ideias que te levarão
a uma maior profundidade na compreensão de temas. Não tenha inibição alguma:
pergunte. Pergunte e duvide.
Pelo teu perfil, ao ser considerado apto para entrar na
Maçonaria, espera-se de ti elevado desenvolvimento crítico. O pensamento
crítico só é alimentado ao questionares o estado das coisas que te cercam ou
analisares informações na ajuda ao desenvolvimento de uma visão mais crítica do
mundo que nos cerca. Evita o conformismo, dúvidas desafiam suposições e impedem
que aceitemos informações sem análise.
Espera-se do maçom que trabalhe para a inovação e a
criatividade e não apenas copiar pensamentos e fórmulas de terceiros. São
aguardadas de ti ideias novas. As inovações surgem de alguém que teve dúvidas
sobre como as coisas funcionam, por isso, duvide! Explore alternativas, onde as
dúvidas abrirão novos caminhos para buscar soluções alternativas e criativas.
Dentro da fraternidade maçônica fortaleça os relacionamentos.
Comunique-se, pois perguntar e expressar dúvidas promove o diálogo e a troca de
ideias. Use de empatia, onde as dúvidas sobre sentimentos ou situações dos
outros ajudam a criar compreensão mútua.
O autoconhecimento exige reflexão, onde questionar-se
sobre escolhas, valores e objetivos leva a um maior entendimento de si mesmo e,
certamente, conduzem ao crescimento pessoal, onde enfrentar dúvidas pessoais
pode ser transformador e inspirador. Ter dúvidas é sinal de curiosidade e
interesse, sendo ferramenta poderosa para crescer e conectar-se com o mundo da
Maçonaria de maneira significativa.
Senda do Simbolismo
Esse caminho pelo qual andas é simbólico e a Maçonaria divide a
jornada em graus simbólicos de aprendiz, companheiro e mestre. Cada um
representa etapas de aprendizado e evolução.
·
Ao aprendiz cabe o foco no autoconhecimento e na
compreensão dos fundamentos maçônicos; fase do "Conhece-te a ti
mesmo."; "Nosce te ipsum." (Sócrates de Atenas);
·
Ao companheiro cabe a expansão dos conhecimentos
e preparação para responsabilidades maiores; fase do "Penso, logo
existo." (René Descartes);
·
Ao mestre cabe, continuamente, esforçar-se para
atingir a plenitude do aprendizado simbólico e a capacidade de guiar os outros
irmãos. É tarefa que nunca acaba!
Para o Rito Escocês Antigo e Aceito, além do simbolismo,
existem mais 30 outros graus, ditos filosóficos, que estendem a jornada
simbólica com alimento mais consistente. Faça disso um alvo agora!
E não termina aí! A caminhada segue adiante, visando os
píncaros da perfeição que é característica da ideia de divindade atribuída ao conceito
de Grande Arquiteto do Universo abraçado pela Maçonaria.
Assim é a aprendizagem e evolução maçônica. São processos
interligados que incentivam ao maçom a crescer como indivíduo e como parte
de uma fraternidade universal, cujo caminho exige dedicação, estudo e prática
constante dos ensinamentos, sempre com o objetivo de construir um mundo mais
justo e harmonioso pelo amor.
Coluna do Aprendiz Maçom
A coluna do Norte, onde te sentas, presta-se ao despertar de
novas sensações e níveis de consciência, que têm por objetivo provocar em ti
ímpetos de efetuar mudanças em si mesmo que, às vezes, nem são percebidas de
imediato, mas que têm o condão de levar-te a lugares nunca antes visitados.
Perceberás que a Maçonaria é, acima de tudo, uma instituição
filosófica com objetivos político-sociais bem diferentes da sociedade de
onde tu, como pedra talhada, foste retirado. Perceberás que esta filosofia se
aproveita das mais diferentes fontes intelectuais e culturais[3]
associadas à física, metafísica e física quântica, apoiadas na espiritualidade
e no conceito de Grande Arquiteto do Universo, algo que não encontrarás
em instituição alguma do orbe, a não ser na Maçonaria.
Origem dos Maçons
Os maçons são parte de antiga fraternidade humana, que
data do tempo das guildas e corporações de pedreiros e maçons operativos que
construíram catedrais, castelos, igrejas e outras obras de vulto.
Tem regras, rituais, ritos, segredos e princípios que orientam
a:
·
Tratar o outro como um fim e não como um meio;
·
Fazer o bem sem olhar a quem;
·
Ser solidário com os que têm dificuldades;
·
Ajudar a tornar melhor o mundo em que vivemos;
·
Evoluir a partir de provocações intelectuais e
subliminares contidas nos assuntos que desenvolverás em loja.
A fraternidade tem segredos que despertam enorme
curiosidade dos que não vivem a Maçonaria, que veem nos maçons e nas suas
tradições coisas misteriosas. Sim, maçons têm segredos, mas apenas aqueles
ligados à sua tradição e à transmissão do conhecimento que é feito boca a
orelha, pessoa a pessoa, para aqueles que merecem recebê-los e aprendem a
interpretá-los, e, acima de tudo, que aprendem a praticá-los. Qualquer
instituição profissional tem seus segredos, assim como os homens que lapidam a
pedra de carne e ossos.
Método Maçônico
Dentro dos templos encontrarás conhecimento imediatista,
exotérico, com "X",
intuitivo e público, e há o conhecimento esotérico, com "S", íntimo, reflexivo. O primeiro
está nos livros, na Internet, nas revistas, nos documentários, nas religiões, nas
escolas; o segundo encontrarás por ti próprio, com esforço, observando os
símbolos que te rodeiam, mas olhando para dentro, procurando a razão de participares
desta particular comunidade de homens que desejam ardentemente se aperfeiçoarem.
O objetivo da ordem maçônica é despertar-te para este segundo domínio,
mediante a prática do livre-pensamento.
Tal aprendizagem exige estudo, reflexão, aplicação e vontade de
melhorar como ser humano. Ser maçom é ser reconhecido como tal e não resultado
do fato de haveres passado por uma cerimônia de iniciação - denomina-se iniciação
interna. O caminho é individual e solitário, a energia para isso vem da
convivência com outros pensadores espiritualistas, os teus irmãos maçons espalhados
pelo Universo.
Platão de Atenas, considerou que "não é com honras e riquezas que se contenta o coração de um pensador,
mas sim apenas com o saber e a virtude", e mais, "o ser, na sua essência, não é substância,
mas ideia, pensamento".
Buda disse: "somos o
que pensamos. Tudo o que somos surge com os nossos pensamentos. Com
pensamentos, fazemos o nosso mundo".
Jesus disse: "o olho
é a lâmpada do corpo. Se o teu olho é bom, todo o teu corpo se encherá de Luz.
Mas se ele é mau, todo o teu corpo se encherá de escuridão. Se a Luz que há em
ti está apagada, imensa é a escuridão".
Maomé acrescentou: "a
verdadeira riqueza de um homem é o bem que ele faz neste mundo".
O trabalho em loja é tão importante e o maçom o trata com tanto
respeito ao ponto de o elevar como serviço sagrado a divindade que reside em ti
e orienta-te. É a razão de só se trabalhar oculto dos olhos profanos, guardando
simbolicamente o local com um maçom armado de espada. Observe que o templo de
pedra, simbolicamente, te representa em pequena escala, já que és constituído
por um Universo dentro de ti mesmo, assemelhado ao grande Universo que está lá fora:
o templo serve de modelo e inspiração para tu olhares para dentro de ti mesmo. Por
vezes, os intrusos do teu templo interno não são físicos, mas mentais, são os teus
julgamentos precipitados, os teus impulsos mesquinhos, os teus ódios de
estimação. Por isso é importante aquietar os pensamentos antes de entrar no
templo e participar dos trabalhos com alegria e empenho de tua capacidade
cognitiva e espiritual.
A aprendizagem e a evolução maçônica têm algo de sagrado,
irmão aprendiz, para tal, recolha-te ao silêncio que existe em teu templo interior.
Concentra-te naquilo ou naquele que te deu a vida para, como espírito,
vivenciar uma experiência material. Este treinamento na Arte Real tem o condão
de religar-te ao que sentes e percebes como o Grande Arquiteto do Universo.
Bibliografia
1.
BAYARD, Jean-Pierre, A Espiritualidade na
Maçonaria, da Ordem Iniciática Tradicional às Obediências, tradução: Julia
Vidili, ISBN 85-7374-790-0, primeira edição, Madras Editora limitada., 368
páginas, São Paulo, 2004;
2.
PARANÁ, Grande Loja do, Ritual do Grau 01,
Aprendiz Maçom do Rito Escocês Antigo e Aceito, primeira edição, Grande Loja do
Paraná, 174 páginas, Curitiba, 2021;
3.
QUEIROZ, Álvaro de, A Maçonaria Esotérica, Rito
Escocês Antigo e Aceito, ISBN 978-85-370-1003-7, primeira edição, Madras
Editora Limitada, 158 páginas, São Paulo, 2016;
4.
RODRIGUES, Raimundo, A Filosofia da Maçonaria
Simbólica, 4, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 978-85-7252-233-5, primeira
edição, Editora Maçônica a Trolha Limitada, 172 páginas, Londrina, 2007;
[1]
A Luz é símbolo que representa a busca por conhecimento e iluminação
espiritual, e que deve iluminar o caminho do maçom na sociedade e na ordem
maçônica. É representada Sempre com inicial maiúscula e obtida através do
caminho de procura, meditação e amor fraterno. O maçom trabalha a pedra bruta
na construção do seu templo interior e não espera que a Luz seja uma dádiva;
[2]
A escala de Maslow, também conhecida como Pirâmide de Maslow ou Teoria das
Necessidades Humanas, é um modelo que organiza as necessidades humanas em uma
hierarquia de prioridade. A teoria foi desenvolvida pelo psicólogo Abraham
Maslow e apresenta cinco categorias de necessidades: necessidades fisiológicas,
Necessidades de segurança, Necessidades sociais, Necessidades de estima,
Necessidades de autorrealização;
[3]
Outras influências: Agnosticismo, Alquimia, Antropologia, Aritmética,
Arqueologia, Arquitetura, Astrologia, Astronomia, Biologia, Cabala, Chacras, Cristianismo,
Egito, Escultura, Espiritualidade, Filosofia, Geografia, Geometria, Gramática,
Hermetismo, Hinduísmo, Judaísmo, Logosofia, Lógica, Matemática, Mitologia,
Música, Numerologia, Ontologia, Pintura, Poesia, Retórica, Rosacrucianismo,
Sociologia, Templários, Teologia, Teosofia, Vedas, Zoroastrismo;