Quando a Ignorância Veste Trajes de Certeza
Certa vez me deparei com uma frase que jamais se dissolveu no
esquecimento: "Você pode vencer
quarenta estudiosos com um fato, mas não pode vencer um idiota com quarenta
fatos". Ela ressoa como um trovão dentro das muralhas do tempo, pois
define, com trágica lucidez, a era em que vivemos, um período em que a
ignorância veste trajes de certeza, e o ruído, travestido de opinião, reina
sobre o silêncio da reflexão. Quando o pensamento crítico desaparece, não é
apenas a inteligência que definha, mas o próprio espírito humano que se curva
diante da mediocridade coletiva. É como se o homem moderno houvesse
esquecido o juramento primordial do iniciado: buscar a Verdade, ainda que ela o
conduza por caminhos incômodos e sombrios.
Lapidando a Pedra Bruta da Mente
O pensamento crítico é o alicerce da consciência livre, a lâmpada acesa no
templo interior do homem. Sem ele, toda civilização degenera em fanatismo, toda
fé em superstição, toda ciência em dogma, e toda palavra em ruído. O maçom,
este peregrino entre o visível e o invisível, sabe que a maior iniciação começa quando se aprende a duvidar com humildade.
Não se trata de negar tudo, mas de provar tudo pela luz da razão e pela
centelha do discernimento. Pensar criticamente é lapidar a pedra bruta da
mente, removendo dela as arestas da ignorância e do preconceito. E, nesse
sentido, cada Loja é um laboratório da razão e do coração, onde a Verdade não se impõe, revela-se, lentamente,
entre as luzes e as sombras do debate.
Na antiguidade, Sócrates foi o primeiro mestre dessa arte
sublime. Em vez de conceder respostas, oferecia perguntas. O método socrático,
mais do que um processo de raciocínio, era um ritual de purificação da alma.
Suas perguntas, afiadas como cinzéis, golpeavam a ilusão até revelar o núcleo
oculto da ignorância. "Conhece-te a
ti mesmo", dizia o oráculo délfico, e Sócrates transformou essa máxima
em via de iluminação. Assim como o aprendiz maçom desce às profundezas do
próprio ser para reconhecer sua limitação, o discípulo do pensamento crítico
precisa admitir que não sabe. O "sei
que nada sei" é um ato iniciático, o reconhecimento da própria
ignorância como portal do conhecimento.
O crime de Sócrates não foi desafiar os deuses, mas despertar
consciências adormecidas. Ele foi condenado porque pensava livremente.
Sua morte é símbolo eterno da tensão entre o pensamento e o poder, entre a
liberdade e o medo. Morreu por ensinar que nenhuma verdade é definitiva, e
que a alma só cresce quando questiona as certezas. Nesse sentido, cada
maçom, ao entrar no templo e ser banhado pela luz do Oriente, revive o destino
de Sócrates. Também ele é chamado a ser o herege do conformismo, o inimigo do
automatismo mental, o guardião do discernimento em meio à névoa das opiniões.
Prisioneiros de uma Caverna Digital
Platão, seu discípulo, transformou o método socrático em uma
escada de ascensão espiritual. Em sua Alegoria da Caverna, descreveu homens
acorrentados, olhando sombras projetadas na parede e tomando-as por realidade.
Essa imagem, tão antiga e tão atual, é a síntese da alienação contemporânea.
Hoje, as sombras são as telas luminosas que nos fascinam com imagens
incessantes, as redes que nos prendem na ilusão de saber, os algoritmos que nos
alimentam com a confirmação do que já acreditamos. Somos, em grande medida,
prisioneiros de uma caverna digital, e poucos ousam sair dela. O pensamento crítico é
o martelo que rompe as correntes e nos permite olhar o Sol do Real.
Aristóteles, por sua vez, estruturou o pensamento lógico,
transformando a dúvida em método e o raciocínio em caminho para a verdade. A
razão, para ele, era a arte de ordenar o caos. Mas não qualquer razão: uma
razão iluminada pela ética, pela prudência, pela finalidade moral da ação
humana. E aqui a Maçonaria encontra seu espelho. Porque o raciocínio, quando
divorciado da moral, transforma-se em manipulação. A lógica, quando sem alma,
converte-se em instrumento de tirania. O pensar
crítico é aquele que não apenas distingue o verdadeiro do falso, mas o
justo do injusto. É a inteligência servindo à virtude, não ao ego.
Pensar com Autonomia
Séculos depois, o Iluminismo reacendeu essa chama. Kant
proclamou o "Sapere Aude",
ousa pensar por ti mesmo, como a nova senha do homem emancipado. A liberdade,
dizia ele, não é fazer o que se quer, mas pensar com autonomia. Na Loja
simbólica, essa mesma máxima é repetida: pensar por si é erguer a coluna da
sabedoria. É recusar a submissão às verdades alheias e aceitar a árdua tarefa
de construir a própria verdade, com o compasso da razão e o esquadro da moral.
O maçom não é seguidor, mas construtor; não é crente cego, mas buscador
consciente. O pensamento crítico é a
iniciação intelectual do homem livre.
Mas o que vemos hoje é o oposto. Vivemos a era da velocidade e
da dispersão, do clique e do esquecimento, da abundância de dados e da pobreza
de sentido. A tecnologia, que poderia libertar o homem, tornou-se novo
cárcere da mente. O mundo virtual oferece respostas antes que a pergunta
amadureça, e assim mata o desejo de compreender.
Em vez de pensar, reagimos. Em vez de refletir, repetimos. Daniel Kahneman, ao
dividir o pensamento em dois sistemas, o rápido e o lento, mostrou que nossa
mente prefere sempre o atalho. Mas é no pensamento lento, exigente, fatigante,
que o discernimento floresce. O maçom que busca a Luz sabe disso. Nenhum templo
se constrói na pressa. Cada pedra precisa ser medida, ajustada, provada.
Essa mesma lentidão reflexiva é a essência da iniciação. A
pressa é inimiga da sabedoria. Quem entra no templo simbólico com urgência de
respostas, sairá com o coração vazio. O pensamento crítico exige silêncio
interior, paciência meditativa, coragem de olhar para o incômodo. É, em
essência, um trabalho alquímico. O chumbo das crenças cegas precisa ser
transmutado no ouro da consciência. E essa alquimia só acontece quando o
fogo da dúvida é aceso. A dúvida, para o iniciado, não é negação, é
purificação. É o fogo secreto que separa a escória do metal. Cada vez que o maçom questiona uma certeza, está polindo o
espelho da alma.
O Novo Ídolo da Tribo Moderna
Contudo, o mundo moderno teme o silêncio. O ruído contínuo das
notificações, das manchetes e das urgências fabrica uma sociedade de
distraídos. Vivemos em um permanente estado de reação emocional, e não de
contemplação racional. As câmaras de eco, esses templos profanos onde só se
escutam vozes idênticas, substituíram o diálogo pela repetição. O viés de
confirmação é o novo ídolo da tribo moderna. Em lugar de "buscai e encontrareis", dizemos
"confirmai o que já acreditais".
Assim se destrói o espírito crítico, e o homem, mesmo cercado de informação,
retorna à infância da mente.
O iniciado resiste a essa servidão invisível. Ele cultiva o
hábito de ser contradito. Ama o questionamento como o jardineiro ama o inverno
que prepara a primavera. Pois é na resistência que a mente cresce. Como
a espada se forja no atrito do metal, a Verdade se forja no embate das
ideias. A Loja é o espaço sagrado desse atrito luminoso: nela, cada opinião
é pedra bruta, que o debate lapida até que brilhe. E aqui reside uma aplicação
andragógica essencial: ensinar o maçom não é lhe despejar doutrina, mas
provocar-lhe o raciocínio, despertando nele o desejo de descobrir. O Mestre não
impõe, propõe. O Irmão não absorve, elabora. Assim se constrói o pensamento
crítico dentro do Templo: pelo diálogo, pela dúvida e pela experiência
compartilhada.
A Andragogia, ciência da aprendizagem adulta, ensina que o ser
maduro aprende melhor quando vê sentido no que estuda, quando percebe a
utilidade prática e moral do conhecimento. Por isso, a reflexão maçônica deve
sempre buscar o vínculo entre o símbolo e a vida. De nada serve discutir a
geometria do esquadro se ela não endireita os ângulos da conduta. De nada
adianta entender o delta luminoso se ele não acende o discernimento do coração.
O pensamento crítico, na Maçonaria, não é apenas filosófico, é ético e
operativo. Ele transforma o homem porque o obriga a pensar o mundo, e a si
mesmo, como obra inacabada do Grande Arquiteto do Universo.
O Caminho do Meio
No entanto, esse mesmo pensamento é hoje soterrado pelo
sensacionalismo. O mundo não quer reflexão, quer emoção. O espetáculo
substituiu a Verdade. Como alertava Nietzsche, o excesso de racionalismo pode
matar o instinto vital, mas o excesso de emoção destrói a lucidez. Entre ambos,
há um caminho estreito, o caminho iniciático, que busca equilíbrio entre
coração e razão, entre ciência e fé. É o caminho do meio, tão caro ao
hermetismo e às tradições antigas. Na linguagem da física quântica, poderíamos
dizer que o pensamento crítico é o colapso da função de onda da ignorância: a
consciência observa, e o mundo se revela. O observador altera a realidade
porque, ao olhar com atenção, dissolve a ilusão. Pensar criticamente é,
portanto, um ato quântico de consciência. É o instante em que a mente ilumina o
campo das possibilidades e escolhe o real.
David Bohm, físico e filósofo, dizia que a fragmentação do
pensamento humano é a causa de quase todos os conflitos do mundo. Perdemos a
percepção do todo, e ficamos presos às partes. A Maçonaria, em sua essência, é
a ciência da unidade, o esforço de reintegrar o homem à harmonia cósmica. O
pensamento crítico é o primeiro passo dessa reintegração. Ele nos impede de
confundir o mapa com o território, o símbolo com a realidade, a letra com o
espírito. É a consciência que separa o templo vivo da pedra morta. E quando
esse pensamento se apaga, a civilização inteira se converte em ruínas de um
edifício que já não sabe o que constrói.
A Ausência de Pensamento Crítico
A crise contemporânea do discernimento é também uma crise
espiritual. Porque quando o homem deixa de pensar, deixa de crer com
autenticidade. Sua fé se torna mecânica, sua moral se torna moda, sua esperança
se torna produto. A ausência de pensamento crítico é a morte lenta da alma.
Por isso, as grandes escolas iniciáticas sempre ensinaram a pensar antes de
crer. "Examinai tudo, retende o que
é bom", dizia Paulo. "Nada
creiais, até que o tenhais provado", repetia Buda. O iniciado, seja
ele cristão, sufi ou maçom, aprende que a fé e a razão são duas faces do mesmo
compasso, uma aponta ao céu, a outra à Terra. Sem uma, a outra se perde.
No templo simbólico, cada ferramenta ensina essa lição. O
compasso delimita o círculo da razão; o esquadro traça o ângulo da ética; o
nível recorda a igualdade das mentes diante da Verdade. Mas o malho e o
cinzel são os instrumentos do pensamento crítico. Com eles, o iniciado
quebra a pedra da ignorância, golpe após golpe, até revelar a forma oculta da
sabedoria. E cada golpe é uma pergunta. Cada pergunta, uma faísca de luz.
Assim, pensar é trabalhar, e duvidar é construir. O pensamento crítico é o
trabalho invisível do pedreiro interior, aquele que edifica o templo do
discernimento dentro de si.
A Reflexão Verdadeira Exige Coragem
Mas há outro perigo ainda mais sutil. Quando a mente se
acostuma a ser guiada, perde a confiança em sua própria luz. O homem moderno,
cercado por tutores digitais, acredita saber, mas não compreende. Acredita
opinar, mas apenas repete. E, no fundo, teme a solidão do pensamento. A
reflexão verdadeira exige coragem, a coragem de estar só, de sustentar o peso
de uma dúvida sem a muleta de uma resposta pronta. É nesse silêncio que a alma
se encontra com o Grande Arquiteto do Universo. Pois pensar, em última
instância, é orar com a razão. E orar, verdadeiramente, é pensar com o coração.
A Loja, enquanto espaço de aperfeiçoamento humano, deveria ser
o último reduto do pensamento crítico em um mundo de gritos. Lá, o maçom
reaprende a ouvir, a ponderar, a meditar. O ritual o convida à pausa, o bater
do malho marca o ritmo do raciocínio. Quando o venerável mestre pede "atenção, meus Irmãos", não fala
apenas ao ouvido, mas ao espírito distraído. É um chamado à presença, à
lucidez, à vigília interior. A cada sessão, o templo se torna um espelho da
mente: as colunas representam a lógica e a moral, a cúpula simboliza a razão
iluminada pela fé. Pensar, então, é participar do rito eterno da construção
universal.
O Pensamento Crítico se Torna Virtude e Método
Em termos andragógicos, esse exercício em Loja é uma escola de
pensamento autônomo. O adulto aprende pela experiência, pela reflexão sobre a
própria vivência, e pela interação fraterna. O debate filosófico, quando
conduzido com respeito e profundidade, é a mais alta forma de método de ensino
maçônico. Nele, o aprendiz aprende a ouvir sem submeter-se, a falar sem
impor-se, e a construir um raciocínio que não destrói, mas amplia. Assim, o
pensamento crítico se torna virtude e método: virtude, porque exige humildade;
método, porque demanda disciplina.
Se quisermos curar o mundo da ignorância ruidosa que o consome,
precisamos reeducar o olhar. A educação maçônica é, essencialmente, uma
educação do olhar. Ensina o homem a ver além da aparência, a perceber o símbolo
por trás do fato. A ignorância é míope; o pensamento crítico, clarividente.
Quando o Irmão aprende a ver o invisível, compreende que toda verdade é uma
construção gradual, como uma pirâmide erguida sobre pedras de dúvida. E cada
tijolo dessa construção é colocado com o cimento da curiosidade.
Curiosidade Apaixonada
Einstein dizia que não possuía talentos especiais, apenas
curiosidade apaixonada. Essa curiosidade é a chama que mantém a razão viva. É o
oposto da indiferença, o remédio contra a apatia mental. Perguntar "por quê?" é o primeiro ato da
liberdade intelectual. E essa liberdade é o objetivo da iniciação. O maçom é um
homem livre porque pensa livremente. Ele é soberano de si, construtor de seu
próprio templo mental, artífice de sua consciência. Por isso, a morte do
pensamento crítico é também a morte da Maçonaria como escola filosófica.
Uma Loja onde não se pensa degenera em assembleia; uma assembleia onde não se
duvida degenera em seita; e uma seita onde todos concordam degenera em
silêncio.
A reconstrução do pensamento crítico, portanto, é uma tarefa
espiritual. Ela começa na intimidade de cada consciência. Exige meditação,
leitura profunda, diálogo honesto e coragem de rever as próprias crenças. Exige
que desaceleremos o tempo, que restauremos o valor da pausa, que substituamos a
pressa pela presença. Quando a mente cessa de correr, a luz interior se acende.
E então compreendemos que o pensar é um estado de contemplação ativa, a mente
observa, o coração entende, o espírito silencia.
Uma Forma de Participar da Criação
A física quântica ensina que o observador altera o observado.
Assim também, quando o homem observa seu próprio pensamento, ele o transforma.
A consciência é o laboratório sagrado onde a realidade é moldada. Pensar
criticamente é, portanto, participar da criação. É o gesto do arquiteto diante
do plano, do artista diante da tela, do iniciado diante do altar. A mente
desperta é o Templo de Salomão, erguido não de pedras, mas de ideias.
E quando o pensamento crítico retorna, ele não destrói a fé,
purifica-a; não elimina o mistério, reverencia-o; não mata o símbolo,
decifra-o. O maçom crítico é, ao mesmo tempo, crente e cientista, filósofo e
artesão, sonhador e lógico. Ele não teme a dúvida, pois sabe que a dúvida é
irmã da esperança. A certeza imutável é estéril; a busca incessante é fecunda.
Como dizia Spinoza, "toda a nobreza
da alma consiste em compreender." E compreender é amar a Verdade mais
do que a si mesmo.
Tornar-se Mestre de Si Mesmo
Talvez a humanidade precise, como no mito de Hiram Abif, morrer
para renascer. O pensamento crítico foi golpeado pelas três paixões que o
assassinam: a ignorância, o fanatismo e a pressa. Mas como Hiram, ele pode ressurgir,
se os mestres fiéis o buscarem com coragem. Essa ressurreição começa dentro de
cada um de nós, quando substituímos o impulso pelo raciocínio, a reação pelo
discernimento, o ruído pelo silêncio. E quando isso acontecer, talvez possamos
novamente ouvir a voz de Sócrates ecoar nas praças do mundo: "Uma vida não examinada não vale a pena ser
vivida."
No fundo, é disso que se trata a iniciação: não de aprender
segredos, mas de despertar o olhar que os reconhece. Pensar criticamente é o
último e mais sagrado grau da Maçonaria do Espírito. É o momento em que o homem
deixa de ser aprendiz das sombras e se torna Mestre de si mesmo.
O Caminho da Sabedoria
Pensar criticamente é o trabalho silencioso do maçom: a
reconstrução do Templo da Razão dentro de si. É a vitória da luz sobre o ruído,
da verdade sobre o hábito, da liberdade sobre o medo. Quando o homem volta a
duvidar com amor e buscar com humildade, a humanidade inteira reencontra o
caminho da sabedoria. Pois, como ensina o compasso do espírito, toda reflexão
profunda é, em essência, um ato de fé, fé na razão como via de ascensão à Luz.
Bibliografia Comentada
1.
ARISTÓTELES. Organon. São Paulo: Loyola, 2001.
Conjunto de tratados sobre lógica e raciocínio, que estruturam o método de
pensar com rigor, raiz filosófica da análise maçônica das causas e princípios;
2.
BLAVATSKY, Helena P. A Doutrina Secreta. São
Paulo: Pensamento, 2000. Apresenta a visão esotérica da unidade do cosmos, útil
para integrar ciência, símbolo e espiritualidade, base da leitura maçônica do
Universo como Templo Vivo;
3.
BOHM, David. A Totalidade e a Ordem Implicada.
São Paulo: Cultrix, 1992. Propõe a visão quântica da realidade como unidade
interconectada; o pensamento crítico, nesse contexto, é o esforço de perceber o
todo além das partes;
4.
CAPRA, Fritjof. O Tao da Física. São Paulo:
Cultrix, 1995. Mostra a convergência entre a física quântica e o Misticismo
oriental, base para integrar ciência e espiritualidade dentro da leitura
simbólica maçônica;
5.
EINSTEIN, Albert. Como Vejo o Mundo. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 2008. Traz a famosa reflexão sobre curiosidade e
imaginação, mostrando a ponte entre o cientista e o filósofo moral. A mente
crítica é aqui sinônimo de humildade criadora;
6.
HEISENBERG, Werner. Física e Filosofia. Lisboa:
Fundação Calouste Gulbenkian, 1999. Discute a incerteza como princípio
universal e o papel do observador na realidade, reflexo direto do ato
consciente de pensar criticamente;
7.
JUNG, Carl Gustav. O Homem e Seus Símbolos. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira, 1988. Demonstra como os símbolos revelam o
inconsciente coletivo e como sua interpretação crítica conduz ao
autoconhecimento, espelho da jornada iniciática;
8.
KAHNEMAN, Daniel. Rápido e Devagar: Duas Formas
de Pensar. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. Base psicológica moderna do tema.
Explica os mecanismos mentais que afastam o homem da reflexão - o Sistema 1
emocional e o Sistema 2 racional;
9.
KANT, Immanuel. Resposta à Pergunta: O que é o
Esclarecimento? São Paulo: Martins Fontes, 2005. Texto sobre autonomia e uso
público da razão. Seu "Sapere Aude" é uma convocação espiritual à
lucidez interior e à liberdade de pensamento;
10. KNOWLES, Malcolm. The Adult Learner. Oxford:
Routledge, 1980. Obra clássica sobre Andragogia, defendendo que o adulto
aprende pela experiência, autodireção e aplicação prática, princípios
diretamente alinhados ao ensino maçônico;
11. NIETZSCHE,
Friedrich. O Nascimento da Tragédia. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
Explora o equilíbrio entre razão e instinto, alerta contra o racionalismo frio
e defende o pensamento vital e criador, essencial à harmonia maçônica;
12. PLATÃO.
A República. Tradução Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Calouste
Gulbenkian, 2006. Fundamenta a alegoria da caverna, essencial para compreender
a libertação do homem pela razão, metáfora direta para o despertar maçônico e o
exercício do pensamento crítico;
13. RIZZARDO,
da Camino. Ritual do Aprendiz Maçom. São Paulo: Madras, 2011. Referência
ritualística que relaciona o trabalho interior da Maçonaria à purificação do
pensamento e à lapidação moral do ser;
14. SPINOZA,
Baruch. Ética Demonstrada Segundo a Ordem Geométrica. São Paulo: Martins
Fontes, 2004. Obra monumental que associa razão e amor intelectual a Deus,
ideal que inspira a fusão de racionalidade e espiritualidade no pensamento
crítico maçônico;

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