segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Busca das Explicações para a Existência da Vida

Instrumentos maçônicos que indicam razões para a vida existir na Terra.

Charles Evaldo Boller


Apoiando-se nas costas de especuladores antigos, que copiaram suas ideias de outros destacados pensadores mais antigos ainda, e estes de outras fontes sábias, de antiquíssimas escolas de mistérios, o maçom moderno encontra, nos pensamentos de todos estes avós longínquos, o procedimento que combina ideias advindas de tradição, mitologia e doutrinas, e disso interpreta, desvenda e evolui conceitos para adquirir explicações para a existência da vida e sua significação.

O entendimento é resultado de incontáveis ciclos de tese, antítese e síntese, a técnica filosófica do método dialético, que, entre outras verdades, revelou a existência de um Universo em permanente oscilação.

Desta forma, a filosofia, a mãe de todas as ciências, projetou e tornou a tecnologia de hoje disponível. A indústria, percebendo o valor prático dessas ideias, desenvolveu utilidades e as colocou à disposição do homem. Infelizmente, a maioria dos descobrimentos e avanços tecnológicos serviram, ao longo dos tempos e em primeira instância, para a indústria da guerra, e, só depois, algumas delas foram adaptadas para outros campos de atuação humana como educação, medicina, indústria, diversão etc.

Percebe-se que o homem só desenvolve e evolui quando se interessa por algo e disso visualiza a possibilidade de tirar vantagens para facilitar e alegrar a sua existência. Todo interesse humano visa atividade lúdica, conforto e segurança. Nada é deixado ao acaso. Para todas as atividades humanas existe sempre o desejo de tirar vantagem e presença obrigatória de valores agregados que atuam no interesse material.

Para o homem material prevalece a teoria da ética que sustenta a ação mais inteligente, aquela que maximiza a felicidade e minimiza o sofrimento. O maçom participa de instituição que pretende tornar feliz a humanidade pelo amor, pelo respeito ao pensamento de cada um e pela tolerância ao que o outro pensa. Essa abordagem da ética avalia a moralidade da ação apoiada em suas consequências para o bem.

O maçom aborda a influência da ética maçônica, que em suas avaliações estão voltadas ao fomento do amor fraterno entre os homens, resultado de fenômenos percebidos em seus templos, por ocasião da presença ordeira e disciplinada dos obreiros.

Os distantes e vetustos avós do filosofar maçônico já percebiam que tudo no universo vibra constantemente, em frequências não percebidas pelos sensores humanos, e que estas oscilações enganam o homem o tempo todo. Os dispositivos sensoriais humanos foram projetados para perceberem apenas diminutos intervalos das manifestações vibratórias do universo. O homem percebe apenas as frequências que lhe são necessárias, úteis e práticas. Os fenômenos ondulatórios fora das faixas perceptíveis são desprezados. O que interessa ao enclausurado homem em seu pequenino planetinha azul, são as vibrações que agitam as partículas atômicas, subatômicas e galáxias inteiras que se deslocam pelo espaço sideral em velocidade estonteante.

Os fenômenos ondulatórios fora da faixa de percepção tornam-se úteis a partir do momento em que a criatura pensante é confrontada com a finitude de sua existência ou para aliviar certos sofrimentos, utilizando-se da oração, exercício que amplia a irrigação sanguínea no lóbulo frontal do cérebro, porque lá são geradas vibrações de alta energia e em frequências que entram em sintonia para religar o autor da prece com o transcendente e divino.

Através de especulação filosófica despertam insights onde o ser pensante e inteligente sente falta das vibrações que não são captadas pelo seu limitado sistema de detecção. A atividade mental de expansão da oração como fenômeno oscilatório, liberta o homem da angústia existencial e abranda a sua sede de conhecimento ao que pode acontecer quando não existir mais como manifestação vibratória de alta densidade, quando morre e seu espírito, supostamente, passa a manifestar-se dentro de faixas oscilatórias mais sutis, as que definem o mundo espiritual, transcendental ou metafísico, algo além da física convencional.

A Maçonaria oferece o privilégio de estender as especulações de avós pensadores antiquíssimos, para entender a natureza da realidade de cada um em produzir seu autoconhecimento, a experiência sensorial que liberta o pensamento a adentra em estágios de compreensão mais elevados da metafísica.

O iniciado nos mistérios da Maçonaria não frequenta seus templos apenas para entender a sua realidade, mas para interagir com as oscilações sutis que o cercam, e, de tal forma a despertar novos estados de consciência, a despeito das limitações sensoriais no campo mental, físico e espiritual. Com isso desperta a definição conceitual de Maçonaria, a de ser ela caracterizada por sensação e percepção impossível de se definir por palavra escrita ou falada, portanto, deve ser vivida em fraterna convivência de modo frequente e persistente.

Nas atividades templárias, isoladas do mundo secular por guardas armados com espadas, o maçom especula de forma a assimilar de antigos gregos, egípcios e outros, os segredos esotéricos passados de uns para os outros até nossos dias, a fim de, entre outras coisas, iniciar seu entendimento da razão da vida nesse planeta. O fenômeno ocorre quando se reúnem em templos consagrados ao livre-pensar, reunindo livres-pensadores semelhantes, que se atraem uns aos outros de forma a compartilhar descobrimentos da física e da metafísica, com aplicação prática na vida.

Uma vez presentes em seus templos e provocados a pensarem sobre determinado tema, cada maçom, à sua maneira, intui verdades diversas e particulares que, depois de assimiladas são compartilhadas. Essas trocas de conhecimentos reacendem novos ciclos dialéticos. Cada ciclo da realidade transcendente visa à percepção da realidade onde cada participante se reconhece como parte de um todo, identificando tudo o que é acima, assim também é embaixo, dentro e fora.

Desta forma o maçom define a Verdade onde o Universo e a manifestação vibratória metafísica daquilo que ele conceitua como Grande Arquiteto do Universo, de cuja reunião forma o Uno, a Unidade, da qual o próprio homem é parte. É a percepção dessa realidade que dispara insights, que retiram os véus da busca de explicações para a existência da vida, e de como degustar de inúmeros momentos de felicidade em presença da divindade e do amor.

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