A influência da Mecânica Quântica na interpretação da Luz do
homem maçom.
Charles Evaldo Boller
Matéria é energia. O contrário também vale! Toda matéria é
energia, fenômeno oscilatório neste Universo do Grande Arquiteto! O espaço
vazio deixou de ter significado na astrofísica, cosmologia, ciências universais
e conceito de coisas sólidas. Toda matéria é "nada" nas conceituações
da Física Atômica e Mecânica Quântica. O corpo humano é energia
"congelada" em certas circunstâncias.
O equilíbrio de massa (m) e energia (E) na fórmula de
Einstein, (E=mC²), define o comportamento dual do corpúsculo-onda, quando o
fenômeno oscilatório (E) e a matéria (m) da partícula são iguais ou a mesma
coisa. A mecânica quântica teoriza isto quando a massa se desloca em velocidade
equivalente ao quadrado da velocidade da luz (C²); C=299.792.458 metros por
segundo no vácuo; elevado ao quadrado resulta em 90.000.000.000.000.000 de
metros por segundo no vácuo, algo difícil de imaginar para o prisioneiro deste
planeta-lar Terra. A energia dinâmica, velocidade que possuem os fenômenos
ondulatórios é tão intensa que a matéria é apenas ilusão aos sentidos da
criatura. A concentração de massas, ditas desprezíveis, as partículas, é ilusão
proporcionada pelo movimento oscilatório da matéria-energia. Einstein não tinha
sustentação filosófica a suas deduções, então ele e cientistas coparticipantes
tiveram de aderir a conceituações filosóficas orientais para obter suporte a
ideia de que tudo é feito de "nada", de ondas de probabilidades.
Alguns ensaios filosóficos nesta direção já haviam sido efetuados por filósofos
gregos, onde os autores da Mecânica Quântica apenas consolidaram em teoria
científica que, matéria e energia são a mesma coisa debaixo de certas condições.
Mesmo na existência de aceleradores de partículas enormes como o Grande Colisor
de Hádrons, LHC, de Genebra, os cientistas ainda continuam no campo da teoria.
Mas isto autoriza especular que quando massa e energia se tornam um, conclui-se
que a criatura é Luz. Sim, Luz! Luz é fenômeno corpúsculo-onda, fenômeno
oscilatório. Aquela mesma Luz que o homem justo e perfeito vai buscar na
Maçonaria. O homem vai à busca de si mesmo, de sua essência, ou do
"nada" de que é construído e encontra explicação para sua existência.
O Grande Arquiteto criou o Universo do "nada"; de
fenômenos quanta, energia pura - campos elétricos, magnéticos, gravitacionais -
que constituem o "tudo" ilusório aos sensores humanos, mas é o
"nada" que existe fisicamente. "o ser não existe; existe o
nada" (Górgias). Esta "nada" não tem consistência, é vazio de
matéria, mas é formado de energias intensas. É "nada" do ponto de
vista ilusório a que o homem é submetido, mas é "tudo" para aquele
que tem a capacidade de "ver" os diversos campos energéticos
interagindo entre si.
Na medida em que a mente evolui, progride também a
consciência sobrenatural e espiritual. "O caminho da verdade é o caminho
da razão" (Parmênides). Esotérico e sobrenatural é tudo o que se liga à
ação do Criador em atos que a criatura ainda não tem como medir. São fenômenos
que ficam fora do alcance de compreensão da criatura, mas podem ser sentidas e
é parte do Universo. A concepção quântica da matéria transforma em ciência a
visão mágica da coisa oculta. Escondida sim, mas apenas até ser desvelada.
Esotérica porque ainda jaz oculta, voltada para dentro do círculo restrito de
iniciados. Estes sensitivos já sentem o fenômeno há milênios sem poderem provar
suas percepções numa ótica científica. Para isso o maçom filosofa dentro da Maçonaria
Especulativa de tal modo a lhe sobrevir a compreensão repentina, em geral
intuitiva, de suas próprias atitudes e comportamentos, de problemas, de
situações ou de explicações para sua existência e tudo que decorre desta
efêmera vida.
Um exemplo de indefinição é o espírito da criatura, a força
ativa que sustenta a vida. Este espírito é parte do Universo, fenômeno
ondulatório, talvez uma forma mais sutil de energia. No entanto, o contato com
energias mais tênues leva a interpretações quânticas, físicas. Existe a
realidade quântica que, em resultado da limitação planetária do ser, está
congelada como manifestação de baixa ou alta oscilação que a impede de ser
percebida pelos sensores naturais. A audição pode ser usada para exemplificar:
os tímpanos percebem entre 20 Hz e 20000 Hz - significa que as oscilações
mecânicas de fora desta faixa de frequência não existem? É claro que existem!
Apenas não são percebidas pela audição humana. O que o homem carece é de
dispositivos artificiais que lhe aumentem a capacidade de perceber frequências
de qualquer espécie fora de sua limitação física.
Experiências de laboratório para medir o "sopro da
vida" estão em andamento. Apenas não saíram do campo da experimentação
porque os dispositivos de medição e detecção deste fenômeno ondulatório exigem
mais sensibilidade. Para onde migra a essência vibratória, espírito da criatura
após a instalação da inatividade não é mistério! Religa-se, volta de onde foi
tomada. "tudo está em tudo"; "em cada coisa há parte de cada
coisa" "nada vem do nada nem vai para o nada" (Anaxágoras).
Estamos conscientes das leis de conservação da energia. Matéria nunca deixou de
ser energia: a lenha, quando queima, passa de uma forma de energia para outra.
A força ativa, ou espírito, que dá animação ao ser, vibra numa frequência que
ainda não conseguem medir, a exemplo das frequências imperceptíveis ao tímpano
humano.
Todo o Universo é resultante de constante pulsar energético.
A oscilação universal é equilíbrio de forças, de energias. Heráclito afirmou
que "tudo é um" e "do um deriva tudo" e que desta harmonia
na unidade se encontra a "unidade dos opostos", é o
"princípio" ou Deus ou o divino. Não convém arriscar a definição da
divindade como fenômeno ondulatório porque esta resulta em discussão vazia e
sem propósito. À semelhança dos Iluministas, discutir a essência de uma
Entidade desta magnitude é inútil dada à limitação do conhecimento humano.
Basta percebê-Lo com a razão e a sensibilidade espiritual que já está de bom
tamanho. A razão, componente material, diz que para haver "ordo ab
chao", ordem no caos, há necessidade de uma Mente Orientadora, física, de
outro lado, a espiritualidade, espírito é a componente energética, oscilatória,
demonstra que Ele existe e ama suas criaturas.
A dualidade é percebida há muito pelo homem, principalmente
nas culturas onde o conhecimento desenvolveu-se livre, como a cultura oriental.
O mundo ocidental já absorveu algo da filosofia oriental; hoje, o
"Avatamsaka-sutra" e o "Yin" e "Yang" do
"Tao Te Ching", são parte do cotidiano do pensador ocidental com sua
dicotomia, a divisão lógica de um conceito em dois outros conceitos, em geral
contrários, que lhe esgotam a extensão. Sem a oscilação universal as dualidades
presentes no comportamento, psique, moral, ética etc. Não seriam perceptíveis -
nada seria percebido sem o oposto. Onde não existe oposição, contrário, ou está
morto ou não é perceptível aos sensores disponíveis. Isto é parte da
constituição elementar do Universo.
Interprete-se a morte apenas como ausência de movimento. Em
verdade a morte da criatura foi usada apenas como símbolo de inatividade,
entretanto, é quando se manifesta intensa movimentação e mutação - daí ser
usada como símbolo de purificação nas diversas iniciações da Maçonaria. A mente
humana só percebe fenômenos onde existe dualidade, oscilação porque isto é
característica de sua constituição em todos os sentidos. Percepção, indução,
intuição dos fenômenos oscilatórios é questão de ponto de vista e de
sensibilidade individual, mas consistem de fenômenos oscilatórios. O Universo é
percebido porque está vivo, vibra, treme, oscila. Gaia é conceito de planeta
vivo e que chamamos Terra. Estar vivo é manifestação de fenômeno oscilatório.
Movimento é energia. Luz é energia. Matéria é energia. O animal vivo ou seu
corpo morto é energia em todas as suas componentes. O homem como ser vivente e
transcendente é Luz! Energia!
O maçom deixa de produzir em si e refletir a Luz quando não
se modifica. Nas vezes em que não frequenta as sessões onde seus irmãos o podem
influenciar para o bem ele deixa de alimentar suas energias nucleares, carregar
suas baterias, resultantes do toque ou até da proximidade. Maçom ausente não é
reconhecido maçom! Não são apenas os outros maçons que não o reconhecem como
tal, mas ele mesmo fica impossibilitado de reconhecer a emanação de sua Luz,
visto como fenômeno ondulatório sutil. Sendo ele constituído de energia, o seu
absentismo o afasta dos corpos energéticos de seus irmãos, passando a não se
beneficiar da fraterna e modificadora convivência. O contato com os fenômenos
ondulatórios de outras pessoas revela segredos profundos do Universo, muito
mais efetivas que as falsas realidades que o sistema e atividade social
oferecem. A convivência intensifica a unidade com o todo que o rodeia e de onde
o homem é originário, e por extensão, com o Universo. Não tem nada de mágico, o
templo onde se reúnem os maçons é local que mantém memória magnética,
remanência, resiliência, de forças energéticas poderosas emanadas do pensamento
e de cujos aspectos quânticos os maçons aproveitam-se para atravessar portais
para outras realidades.
Também é prejudicial ao autodesenvolvimento ou iluminação do
maçom tudo o que contamina a Luz da convivência com outros maçons, como
interesse financeiro, comércio, poder, usura, benefício mútuo, lobby, vaidade,
indisciplina. Isto vem na contramão da intenção da ordem maçônica propiciar o
caminho para a Luz. A própria Maçonaria admite a existência deste malefício em
suas colunas quando o Ritual do Aprendiz Maçom afirma que a Ordem Maçônica
hodierna tornou-se "sociedade de auxílio e elogios mútuos, com inclinação
para a ação política militante, regida por princípios de moralidade barata e
movimentada por interesses inconfessáveis". Para viver bem é essencial a
adesão a preceitos morais e éticos que tornam a vida agradável de ser vivida e
minimizam a agonia da crise existencial, tornando a passagem pelo mundo
ilusório da vida física mais agradável e prazerosa. "Todo país da Terra
está aberto ao homem sábio, porque a Pátria do homem virtuoso é o Universo
inteiro" (Demócrito). É a razão de uma loja ser a união de pessoas de bons
costumes reunidos em fraternidade Universal. Explica a inutilidade ao
desperdiçar energias com assuntos profanos, fúteis, desnecessários, carentes de
valor universal. Ensina a bem direcionar a Luz de cada maçom é portador.
A amizade, que é filha do amor, é um dos sentimentos que
mais contribuem para alimentar a energia da Luz. É dela que efluem energias que
emanam do Universo e de sua constituição energética. A amizade é estreitada
pelas energias que provém do toque físico. Os irmãos que estão sempre presentes
em loja trocam estes tipos de energias quando se tocam. É o aperto de mão. É o
beijo fraterno que os mestres maçons conhecem tão bem. É o abraço fraternal em
todas as ocasiões. O toque não é apenas agradável, ele é necessário! A pesquisa
científica confirma a teoria da estimulação pelo toque como absolutamente
necessária ao bem-estar físico e emocional. É ferramenta terapêutica usada para
aliviar dor, depressão e ansiedade. Estimula a vontade de viver. Faz as pessoas
se sentirem melhores consigo mesmas e com o ambiente que as cercam. Desenvolve
a linguagem corporal e a capacidade intelectual flui com maior naturalidade.
Dentre os toques, os mais portáteis são o aperto de mão e o
abraço fraternal. O mais efetivo dos dois é o abraço. É ele quem coloca coração
perto de outro coração. Provoca mudanças fisiológicas que são mensuráveis
naquele que é tocado. É processo de troca de energias recíprocas, são papéis intercambiáveis.
Tanto aquele que dá um abraço como aquele que o recebe trocam energias
psíquicas e emocionais fundamentais de sua natureza humana e originária de
elementos tomados da Terra, do Universo. O abraço não atribui culpas nem julga.
É válvula de escape na sociedade reprimida onde, em virtude de hipocrisias e
falsidades, não se desenvolve o hábito de pedir apoio emocional. Eleva a
autoestima e faz seus adeptos sentirem-se dignos do amor. O abraço não tem
conotação sexual.
Se alguém não entende o valor do abraço, não é caso de
preocupar-se. Para alguns é muito difícil abraçar. Algumas vezes é necessário
construir primeiro uma confiança mais forte para fazer-se entender e aceitar o
poder que emana de um abraço. Para os maçons fica muito mais fácil entender
este valor, haja vista que quando se abraçam o fazem por três vezes, quando não
por três vezes três, ou nove vezes. O abraço é uma forma muito especial de
toque que contribui fundamentalmente na geração da energia necessária à
irradiação da Luz em qualquer empreitada que o homem se dedica. Os mais antigos
na ordem maçônica que o digam. Principalmente aqueles que já permitiram que a
Maçonaria penetrasse em si que se pronunciem.
Que todos os irmãos passem a se abraçar mais vezes com seus
pares, a qualquer hora, em qualquer lugar. E confirmem que o sentimento de
amizade é estreitado pelo abraço fraternal e é capaz de realizar milagres. Se o
Projetista criou o homem com um coração e dois braços para abraçar, certamente
deve ter, entre outros propósitos, a geração e difusão de energias benéficas
para facilitar a vida feliz neste maravilhoso paraíso ao qual denominamos
Terra. E que se tenha em mente que é do amor que verte a força da Luz para
prosseguir na caminhada pelos caminhos do Jardim do Éden.
A mais subida glória é dada à obra criava do Grande
Arquiteto do Universo, que de forma magistral criou "tudo" a partir
do "nada" físico propiciando meios para as criaturas se amarem uns
aos outros. De parte do amor do Criador o fluxo energético é tão intenso que
cada criatura a pode usar para manter boa saúde e muitos momentos de
felicidade. A criatura é livre! Livre para pensar e evoluir segundo um
pensamento maior. Só depende de a criatura utilizar-se das potencialidades
energéticas das quais a sua própria constituição física é parte. Já que tudo é
energia, vibra e oscila nas mais variadas frequências, convém trocar estas
influências com todo ser vivente que compartilha deste magnífico Jardim do
Éden.
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